O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal (PF) realizasse uma operação de busca e apreensão na 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, responsável pelos processos da Lava Jato.
Segundo o STF, a 13ª Vara ignorou pedidos de envio de documentos ligados à investigações anteriores à Lava Jato, mas que se conectam com a operação. Dessa forma, o magistrado autorizou a operação pra apreender esses documentos in loco.
A Corte procura dados envolvendo o empresário Tony Garcia, que atuou como informante em apurações conduzidas pela vara então comandada pelo ex-juiz, hoje senador, Sergio Moro (União-PR), que estava à frente dos casos da extinta Lava Jato.
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Em outubro, Toffoli já havia ordenado que a PF realizasse buscas no local, como parte da investigação sobre as acusações feitas pelo ex-deputado estadual Tony Garcia contra Moro.
De acordo com Garcia, em uma apuração anterior à Operação Lava Jato, ele teria sido pressionado pelo então juiz a realizar gravações ilegais de interlocutores, por meio de ações clandestinas. Moro, no entanto, nega todas essas alegações.
A defesa do parlamentar disse não ter acesso aos autos do inquérito, que teria sido “instaurado com base em um relatório fantasioso de Tony Garcia”.
“Não houve qualquer irregularidade no processo de quase 20 anos atrás que levou à condenação de Tony Garcia por ter se apropriado de recursos de consorciados do Consórcio Garibaldi. Como o próprio PGR afirmou, não há causa para competência do STF no inquérito, já que não há sob investigação ato praticado por Sergio Moro na condição de senador ou ministro”, acrescentou a defesa.
Garcia foi um dos delatores da Lava Jato. O ex-deputado também acusa Moro de não ser imparcial na análise dos seus processos e de tê-lo obrigado a gravar autoridades de forma ilegal após acordo de delação premiada feito em 2004 e homologado pelo então juiz.








