Ação internacional desarticulou rede que operava para o Brasil e movimentava até R$ 1 bilhão por ano
Uma operação conduzida pelas autoridades da Argentina em setembro provocou a queda de diversos serviços de streaming pirata utilizados por milhões de brasileiros, como TV Express, MyFamily Cinema e Cinefly.
Logo após a ação, milhares de usuários relataram nas redes sociais e no site ReclameAqui que seus aplicativos deixaram de funcionar de forma repentina, mesmo com assinaturas ativas ou planos anuais pagos.
Alguns dos serviços, como o My Family Cinema e o Cinefly, publicaram mensagens de encerramento definitivo, alegando problemas de direitos autorais e agradecendo o apoio dos clientes.
Entre os sistemas afetados também estão Weiv TV, Red Play, Duna TV, Boto TV, Mix, Venga TV, ALA TV e Football Zone, entre outros aplicativos populares em TV boxes piratas.
Rede pirata tinha sede de marketing na Argentina
Segundo a investigação, o centro de marketing da principal rede pirata estava localizado em Buenos Aires, e tinha foco voltado especialmente ao público brasileiro.
O presidente da Alianza, associação latino-americana que combate a pirataria audiovisual, Jorge Bacaloni, informou ao UOL que o escritório argentino era responsável pelas vendas globais, enquanto os setores de administração, finanças e tecnologia operavam a partir da China.
Dados da associação indicam que, dos 6,2 milhões de assinantes no mundo, 4,6 milhões estavam no Brasil. No auge, o grupo chegou a 8 milhões de clientes, movimentando entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões por ano — o equivalente a R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão.
Como funcionavam os serviços ilegais
Essas plataformas operavam principalmente por meio de TV boxes com sistema Android modificado, que permitiam acesso a canais pagos, filmes e séries sem autorização das detentoras de direitos.
Apesar de muitos usuários pagarem mensalidades e acreditarem se tratar de serviços legais, trata-se de conteúdo pirateado, segundo a Anatel, que mantém uma lista pública de equipamentos homologados e seguros.
As TV boxes piratas podem ser identificadas justamente pela falta de certificação da agência, e seu uso é proibido no Brasil.
Risco de retorno e novas estratégias ilegais
Mesmo com os bloqueios realizados, especialistas alertam que grupos criminosos frequentemente restabelecem o acesso usando novos servidores ou domínios para contornar as restrições técnicas.
Segundo o UOL Prime, as autoridades brasileiras e argentinas seguem cooperando para rastrear os operadores da rede e impedir a retomada das transmissões ilegais.
Fonte contrafatos.com








