Mal o nome de Ciro Gomes reaparece no cenário político cearense, e o chefe da Casa Civil de Elmano, Chagas Vieira, já trata a simples hipótese de sua candidatura como um “golpe iminente”. É o velho reflexo do poder que se acostumou demais com o controle da narrativa — e se apavora diante da concorrência.
Em tom de valentia ensaiada, Chagas desafiou Ciro a disputar o Governo do Ceará “com toda sua arrogância e incoerência”. Ora, para quem se diz tão tranquilo com a força do governo, há muito nervosismo em poucas palavras. Talvez o receio seja de que o “arrogante” tenha, desta vez, mais fôlego do que a máquina estatal consegue suportar.
No fundo, o discurso agressivo soa como ensaio antecipado de vitimização: o grupo situacionista já arma o enredo do “golpe eleitoral” antes mesmo de começar o jogo. E se o debate político virou sinônimo de desespero, é sinal de que a segurança do poder anda balançando mais do que admitem nos bastidores do Palácio da Abolição.
Fonte cesarwagner