Estatal rompe com BK Bank, suspeita de movimentar R$ 46 bilhões para a facção criminosa
Os Correios anunciaram a suspensão por tempo indeterminado dos pagamentos via cartão de crédito e débito, além do bloqueio de postagens realizadas por site ou aplicativo. A medida decorre do rompimento do contrato com a fintech BK Bank (antiga Berlin Finance), investigada por atuar como banco paralelo do Primeiro Comando da Capital (PCC).
O contrato havia sido firmado em 2021, por meio de licitação. A estatal informou que os clientes ainda podem efetuar pagamentos por PIX, que segue disponível normalmente.
“Prezando pelo melhor atendimento aos clientes, os Correios estão adotando as providências necessárias para a normalização do serviço no menor prazo possível”, disse a empresa em nota.
Envolvimento do BK Bank
A Receita Federal identificou movimentações de cerca de R$ 46 bilhões entre 2020 e 2024 pela fintech, consideradas não rastreáveis e suspeitas de favorecer o PCC.
Segundo os Correios, a suspensão do sistema da BK Bank integra um processo administrativo interno, conduzido dentro dos prazos legais.
Operações policiais
A fintech foi alvo de três grandes operações deflagradas na última quinta-feira (28): Carbono Oculto, Quasar e Tank. As ações foram conduzidas pela Polícia Federal, pelas polícias de São Paulo e pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual (MPSP).
As operações resultaram na execução de mais de 400 mandados judiciais em pelo menos oito estados. Das 14 prisões determinadas, apenas seis foram cumpridas.
As investigações também revelaram suspeitas de que 268 empresas ligadas ao centro financeiro da Faria Lima, em São Paulo, estariam conectadas ao esquema de movimentação bilionária.