O governo federal e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) seguem atentos às movimentações do presidente norte-americano Donald Trump, que já impôs sanções ao Brasil e pode adotar novas medidas em breve. A apreensão cresce à medida que se aproxima o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, marcado para setembro, visto por alguns ministros como um gatilho para novas retaliações vindas de Washington.
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As tensões começaram meses atrás, quando os Estados Unidos decidiram impor tarifas comerciais de 10% sobre produtos brasileiros, ampliadas posteriormente para 50%. O argumento de Trump foi o de que o Brasil estaria adotando práticas desleais no comércio internacional, além de críticas às decisões do STF, sobretudo aquelas que envolvem investigações contra Bolsonaro e seus aliados.
Um dos episódios mais polêmicos foi a aplicação da chamada Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes. Com base nesse mecanismo legal, Trump revogou o visto do magistrado e aplicou restrições financeiras, colocando o nome de Moraes em listas de bloqueio internacional. A medida foi considerada uma tentativa clara de intimidar o Judiciário brasileiro, o que provocou forte reação entre ministros da Corte.
Apesar da gravidade do cenário, interlocutores do Planalto acreditam que pode haver uma pausa momentânea nas pressões. Informações de bastidores apontam que, no curto prazo, não estariam previstas novas medidas punitivas contra o Brasil, o que abre espaço para articulações políticas e negociações diplomáticas. Ainda assim, a possibilidade de Trump voltar a atacar continua no horizonte.
No STF, há divergências sobre a natureza das sanções. Parte dos ministros entende que as punições têm caráter sobretudo simbólico, funcionando como uma mensagem política de Trump para sua base interna. Outra ala, no entanto, argumenta que, mesmo simbólicas, essas ações representam uma afronta à soberania brasileira e exigem resposta firme por parte do governo.
O Executivo, por sua vez, monitora os impactos econômicos das tarifas impostas até agora. O setor de exportação já sente os reflexos, e técnicos da área econômica analisam medidas para amenizar os prejuízos. Além disso, ministros do governo têm buscado diálogo com representantes dos EUA a fim de evitar que o atrito se transforme em um bloqueio comercial mais profundo.
A expectativa é que a situação se intensifique conforme avança o julgamento de Bolsonaro. Caso a decisão seja desfavorável ao ex-presidente, existe o temor de que Trump utilize o episódio como justificativa para endurecer ainda mais sua política contra o Brasil.
Em resumo, tanto o governo Lula quanto o STF se mantêm em estado de alerta. A combinação de tarifas, pressões políticas e sanções pessoais demonstra que o relacionamento entre Brasil e Estados Unidos atravessa um de seus momentos mais delicados. Mesmo que um período de trégua seja possível, o risco de novos embates permanece alto e pode influenciar tanto a economia quanto o equilíbrio institucional do país.
Fonte: polinvestimento.com