A proximidade da COP30, programada para novembro em Belém (PA), tem gerado preocupação internacional devido à crise de hospedagem enfrentada pelas delegações que participarão da conferência climática. A Organização das Nações Unidas (ONU) fez um apelo ao governo brasileiro para que sejam adotadas medidas que garantam a presença de todos os países, alertando para o risco de esvaziamento do evento.
Confira detalhes no vídeo:
Os custos elevados das acomodações na capital paraense têm dificultado a participação de diversas nações. Pesquisas indicam que grande parte dos países ainda não conseguiu confirmar hospedagem adequada, tornando incerta a presença de representantes essenciais para as negociações climáticas. A falta de alternativas viáveis de acomodação agrava a situação e ameaça comprometer a credibilidade do encontro.
Diante desse cenário, a ONU solicitou que o governo brasileiro busque soluções para reduzir ou subsidiar os custos de hospedagem dos diplomatas, principalmente daqueles provenientes de países mais vulneráveis às mudanças climáticas. A intenção é assegurar que a conferência conte com a representação completa de todos os signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, fortalecendo a legitimidade das decisões e metas estabelecidas.
O governo brasileiro, no entanto, indicou limitações orçamentárias para atender ao pedido. Em resposta à crise, foram propostas alternativas como o uso de navios de cruzeiro e escolas como alojamentos temporários, além de acordos com redes hoteleiras para evitar preços abusivos. Apesar dessas iniciativas, a resistência do setor hoteleiro e de plataformas de aluguel tem dificultado a implementação de soluções imediatas.
A situação gerou tensão entre organizadores e participantes. Alguns países já anunciaram dificuldades em garantir a participação, e há temores de que delegações estratégicas possam se ausentar. A falta de infraestrutura adequada ameaça não apenas a logística do evento, mas também a capacidade do Brasil de manter sua imagem como anfitrião confiável de conferências internacionais de grande porte.
Além do impacto logístico, a crise evidencia o desafio de equilibrar demandas locais com padrões internacionais de organização de eventos. A COP30 pretende discutir temas cruciais, como redução de emissões, adaptação às mudanças climáticas e financiamento de políticas ambientais. A ausência de representantes pode comprometer os resultados e o alcance das metas globais.
Com a aproximação da data da conferência, a pressão internacional sobre o governo brasileiro aumenta. Organizações internacionais e a sociedade civil cobram medidas rápidas para garantir um evento inclusivo e bem-sucedido. A capacidade do Brasil em lidar com a infraestrutura e oferecer soluções eficientes será decisiva para a reputação do país e para o sucesso da COP30 no cenário global de políticas climáticas.