Na noite do último domingo (10/8), um entregador de aplicativo foi vítima de agressão física por um cliente na Rua Doutor Tomaz Pompeu, no bairro Meireles, em Fortaleza (CE). O conflito teve origem em uma discussão sobre a forma de pagamento do pedido. Em resposta à violência sofrida, colegas do trabalhador realizaram um protesto e chegaram a arrancar o portão do prédio onde mora o agressor.
Vídeos gravados no local mostram o entregador, identificado como Alex Costa Rodrigues, caído na calçada, com ferimentos na cabeça e um olho bastante machucado, recebendo auxílio dos amigos presentes. O estado da vítima chamou atenção e gerou grande comoção entre os profissionais da área.
Testemunhas contaram que o cliente solicitou um medicamento via aplicativo e escolheu o cartão de crédito como forma de pagamento. Contudo, ao receber o produto, não conseguiu efetivar o pagamento por essa modalidade e tentou fazer via Pix. Alex explicou que a maquininha só aceitava crédito, o que provocou um desentendimento entre eles.
A discussão rapidamente se agravou, e o cliente passou a agredir o entregador. Após a agressão, Alex tentou fugir pulando o muro do prédio, mas não conseguiu sair. Ele foi socorrido e encaminhado inicialmente para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Cristo Redentor e depois transferido para o Hospital Instituto Doutor José Frota (IJF), onde permanece internado para avaliação médica.
A agressão mobilizou a categoria de entregadores em Fortaleza. Um grupo de motociclistas organizou uma manifestação em frente ao condomínio do agressor, realizando um buzinaço. Durante o protesto, alguns manifestantes destruíram os portões da entrada do edifício como forma de protesto contra o ataque ao colega.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará informou que a Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência. Um boletim de ocorrência foi registrado, e a investigação está sob responsabilidade da Delegacia do 2º Distrito Policial, que apura o crime de lesão corporal.
Esse caso evidencia a vulnerabilidade enfrentada por entregadores de aplicativos, que além de lidar com condições precárias de trabalho, muitas vezes enfrentam situações de violência e agressões por parte de clientes. A exposição a esses riscos reforça a necessidade de medidas que garantam maior proteção a esses profissionais.
Organizações e entidades que defendem os direitos dos entregadores têm chamado a atenção para a urgência de regulamentações e políticas públicas que aumentem a segurança desses trabalhadores. A manifestação dos colegas de Alex destaca a importância do apoio coletivo e da mobilização frente a episódios de violência.
No momento, não há detalhes sobre a situação legal do cliente agressor, que deve ser investigado e responsabilizado pelas agressões. O caso também levanta a necessidade de diálogo entre plataformas de entrega, usuários e autoridades para evitar novos conflitos e assegurar um ambiente mais seguro para todos.
Fonte: pensandodireita.com