Um novo episódio de tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos ganhou força após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em resposta, a Casa Branca intensificou as discussões sobre possíveis sanções, com foco especial na esposa do magistrado, a advogada Viviane Barci de Moraes.
Desde a última terça-feira (5), o governo do presidente Donald Trump vem avaliando uma série de medidas punitivas contra autoridades brasileiras ligadas à prisão de Bolsonaro. Entre as opções em análise estão o aumento das tarifas sobre produtos brasileiros, a extensão da aplicação da Lei Magnitsky para mais integrantes do STF, a suspensão de vistos de juízes auxiliares da Corte, de membros da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República e de políticos com atuação no Supremo Tribunal.
Até o momento, a sanção mais concreta é a que atinge Viviane Barci de Moraes, considerada uma extensão das punições que já recaem sobre Alexandre de Moraes por meio da Lei Magnitsky. A intenção é afetar diretamente o escritório de advocacia da esposa do ministro, impedindo que ele seja contratado por americanos ou por empresas com negócios nos Estados Unidos.
Anteriormente, quando a Lei Magnitsky foi aplicada a Alexandre de Moraes, sua esposa não sofreu qualquer restrição. Agora, o governo americano acredita que ampliar o alcance das sanções pode aumentar a pressão sobre o magistrado.
Outra medida considerada é o aumento das tarifas comerciais contra o Brasil, porém essa possibilidade enfrenta resistência interna. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e o jornalista Paulo Figueiredo, que participam das negociações, defendem que não sejam aplicadas novas tarifas nem que outros ministros do STF sejam alvos da Lei Magnitsky em decorrência da prisão do ex-presidente.
Essa postura reflete o aumento do atrito político e diplomático entre os dois países, especialmente após as ações do STF e a prisão domiciliar de Bolsonaro, que provocaram críticas internacionais, especialmente de setores próximos à administração Trump.
Para o governo americano, a prisão de Bolsonaro representa uma ameaça às instituições democráticas brasileiras e caracteriza uma perseguição política, justificando as sanções impostas. A Lei Magnitsky, que visa punir violações de direitos humanos e corrupção, é vista como um instrumento para pressionar mudanças no sistema judicial brasileiro.
Essa escalada pode afetar não apenas as relações políticas, mas também os vínculos comerciais entre Brasil e Estados Unidos. A discussão em Washington demonstra o desejo americano de não apenas criticar, mas também influenciar diretamente os envolvidos no processo que envolve Bolsonaro.
No cenário brasileiro, aliados do ex-presidente e membros da base política acompanham atentos os desdobramentos, preocupados com os impactos das sanções sobre a situação interna. O ambiente político permanece marcado pela tensão, e os próximos dias serão decisivos para definir o rumo dessas medidas e suas consequências para as relações bilaterais.
Fonte: pensandodireita.com