A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) virou centro de uma crise política e jurídica após se apresentar, por vontade própria, às autoridades italianas. Condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a uma pena de dez anos de prisão, Zambelli viajou para a Europa antes de ser detida e agora permanece sob custódia na Itália, onde aguarda os próximos passos que definirão se será ou não enviada de volta ao Brasil.
De acordo com seu advogado, a decisão de se entregar foi tomada para garantir que a parlamentar tenha acesso a um processo justo, livre de pressões e irregularidades. A defesa aposta na Justiça europeia para assegurar que o procedimento de extradição respeite todos os direitos de Zambelli e que as condições de eventual cumprimento de pena no Brasil sejam analisadas de forma rigorosa.
Figura de destaque na direita brasileira, Zambelli é conhecida por sua postura firme em defesa de pautas conservadoras e pela proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Nos últimos meses, seu nome esteve envolvido em polêmicas e disputas judiciais que culminaram na condenação pelo STF. Apesar de monitorada, a deputada conseguiu sair do país e seguir para a Europa, onde acabou detida por autoridades locais.
Na Itália, o caso vem sendo tratado dentro de acordos de cooperação internacional. O governo brasileiro já formalizou o pedido de extradição para que a deputada retorne ao país e comece a cumprir a sentença determinada pela Corte. Entretanto, os advogados de Zambelli pretendem contestar o pedido, argumentando que ela teme sofrer perseguição política no Brasil e questiona a imparcialidade de possíveis processos futuros.
Enquanto isso, a deputada está em um presídio italiano, onde aguarda audiências que definirão o andamento do processo de extradição. Essas audiências devem avaliar se os requisitos legais estão de acordo com os tratados internacionais e se há garantias de que Zambelli não sofrerá abusos caso retorne. Nas ruas e nas redes sociais, apoiadores da parlamentar organizam manifestações e mobilizações para denunciar o que consideram uma ação política contra uma voz de oposição.
Especialistas apontam que a decisão sobre o retorno da deputada ao Brasil pode levar semanas ou meses, uma vez que envolve etapas complexas. Além da análise legal do caso, tribunais europeus costumam exigir informações detalhadas sobre a segurança dos presos, as condições das penitenciárias e o respeito aos direitos humanos em caso de extradição.
Enquanto a disputa judicial avança, o caso de Carla Zambelli provoca discussões intensas em Brasília. O afastamento de uma deputada federal em meio ao mandato alimenta debates sobre o equilíbrio entre os Poderes, a autonomia parlamentar e as consequências de processos judiciais que atingem figuras públicas de alta projeção. Para a defesa de Zambelli, a esperança é que a Justiça italiana leve em conta todos os argumentos apresentados antes de decidir sobre o futuro da parlamentar, que segue isolada, acompanhando cada novidade do outro lado do Atlântico.
Fonte: pensandodireita.com