Em mais um capítulo de tensão diplomática entre Washington e Caracas, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, divulgou uma dura declaração no aniversário do dia em que Nicolás Maduro se proclamou vencedor de uma eleição que, segundo denúncias, foi amplamente fraudada. No comunicado, Rubio afirma que Maduro não é o presidente legítimo da Venezuela, mas sim o líder de uma rede criminosa de tráfico de drogas que ameaça diretamente a segurança nacional norte-americana.
De acordo com Rubio, o chefe de Estado venezuelano comanda o chamado Cartel de los Soles, organização que teria se infiltrado em diversos setores do governo, como Forças Armadas, Judiciário e serviços de inteligência, para facilitar o envio de drogas à América do Norte e à Europa. O secretário destacou que Maduro está formalmente indiciado pela Justiça dos Estados Unidos por envolvimento com o narcotráfico e corrupção institucional.
Ao publicar a declaração em suas redes, Rubio reforçou o tom crítico ao afirmar que o regime atual de Caracas não representa o povo venezuelano e que a manipulação do processo eleitoral é usada como ferramenta para manter o poder com apoio de militares e policiais. Ele também chamou atenção para a marcação de eleições municipais na Venezuela exatamente na véspera da data que marca o aniversário da eleição presidencial questionada, o que seria, na visão de Washington, mais uma estratégia para mobilizar as forças de repressão e limitar a voz da oposição.
A porta-voz de Rubio, Tammy Bruce, endossou o posicionamento ao dizer que o governo americano vai manter esforços coordenados com parceiros na América Latina para apoiar o retorno da democracia à Venezuela. Segundo ela, a meta é responsabilizar o regime de Maduro e enfraquecer a estrutura do Cartel de los Soles, classificado agora como uma organização de narcoterrorismo.
O Departamento do Tesouro dos EUA também divulgou medidas adicionais para apertar o cerco financeiro contra Maduro e sua rede de aliados. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, reforçou que a decisão de classificar o Cartel de los Soles como organização terrorista expõe a relação direta do governo venezuelano com atividades criminosas que colocam em risco a segurança interna dos Estados Unidos. Na nota, Bessent citou ainda o compromisso de Washington em seguir combatendo outras organizações do mesmo perfil, como o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa.
Segundo as autoridades americanas, o nome Cartel de los Soles faz referência aos sóis usados como insígnia por generais venezuelanos, simbolizando o envolvimento de militares de alta patente no esquema. Para Washington, o cartel utiliza a estrutura do Estado para proteger rotas de transporte de drogas, garantir segurança logística e facilitar a circulação dos carregamentos até mercados consumidores internacionais.
O comunicado de Rubio faz parte de uma estratégia mais ampla para manter a pressão sobre Maduro, ampliar as restrições econômicas ao regime e impedir o fortalecimento de grupos ligados ao crime organizado na Venezuela. Nos bastidores, diplomatas americanos sinalizam que novas sanções podem ser anunciadas em breve, dependendo da postura do governo venezuelano em relação a eleições livres e liberdades políticas.
Enquanto isso, lideranças da oposição na Venezuela tentam se reorganizar para enfrentar as manobras do regime e mobilizar a comunidade internacional em favor de uma transição democrática. Para os Estados Unidos, além de restaurar a democracia no país vizinho, o objetivo é também conter a ameaça representada pelo tráfico de drogas que, segundo Washington, conta com o respaldo direto de altos funcionários do governo Maduro.
Fonte: pensandodireita.com