O pastor Silas Malafaia, um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, voltou a agitar o cenário político ao disparar críticas contundentes contra a atuação da direita no Senado Federal. Em entrevista concedida nesta quarta-feira (23) ao programa Contexto Metrópoles, comandado por Neila Guimarães e Andreza Matais, o líder religioso não poupou palavras para atacar parlamentares que, segundo ele, falham em reagir às decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Malafaia, o Senado demonstra falta de coragem para abrir um processo de impeachment contra Moraes, mesmo diante de medidas recentes do magistrado contra Bolsonaro. Para o pastor, a ausência de uma reação mais firme revela que a chamada “direita verdadeira” é minoria na Casa. Em tom inflamado, Malafaia chegou a classificar parte dos senadores de “vendidos” e “trouxas”, afirmando que a maioria não tem compromisso real com as bandeiras que defende em campanha.
As declarações de Malafaia vieram após novas ordens de Moraes que atingem diretamente o ex-presidente, que hoje é obrigado a usar tornozeleira eletrônica por decisão do ministro. O líder evangélico reafirmou que considera essas medidas parte de uma perseguição política com o objetivo de intimidar Bolsonaro e silenciar vozes conservadoras que se opõem ao Supremo.
Para Malafaia, a fraqueza da oposição no Senado acaba fortalecendo aquilo que ele classifica como “abusos” do Judiciário. O pastor reclamou que muitos senadores se elegeram com promessas de defender o país e o conservadorismo, mas, na prática, evitam confrontar o Supremo por medo de represálias ou desgaste político.
As falas tiveram repercussão imediata entre apoiadores do ex-presidente. Nas redes sociais, seguidores de Malafaia elogiaram o tom duro do pastor e voltaram a cobrar uma postura mais incisiva da bancada de direita no Congresso. Para eles, é preciso reagir às decisões judiciais que consideram exageradas ou direcionadas a calar opositores do governo atual.
Enquanto isso, dentro do Senado, o clima ainda é de cautela. Apesar da pressão de setores mais radicais, parlamentares resistem a abrir um processo de impeachment contra um ministro do Supremo, por se tratar de uma iniciativa complexa, que exige apoio político consistente e envolve debates jurídicos e constitucionais delicados.
O discurso de Malafaia evidencia a divisão dentro do grupo conservador. De um lado, líderes mais pragmáticos tentam manter diálogo institucional para evitar novos embates com o Judiciário. De outro, figuras como Malafaia e parte da base mais radical exigem enfrentamento direto, para pressionar ministros como Moraes e sinalizar força política à militância bolsonarista.
Mesmo fora do Planalto, Bolsonaro segue no centro dessa disputa, visto que decisões recentes do Supremo seguem limitando seus movimentos e geram indignação entre aliados. Malafaia, por sua vez, se consolida como uma das principais vozes dispostas a transformar essa indignação em pressão pública, mantendo viva a tensão entre parte da direita e o STF, cenário que promete continuar alimentando a polarização política nos próximos meses.
Fonte: pensandodireita.com