Uma fraude milionária envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi revelada após uma investigação apontar o pagamento irregular de R$ 2,3 milhões em benefícios previdenciários e assistenciais. Os repasses foram feitos a um grupo de sete supostos beneficiários que, na prática, não existiam. O responsável por articular o esquema seria Gilson Barbosa Machado, que trabalhava como servidor do órgão na época em que as transferências aconteceram. As fraudes ocorreram em diferentes estados do Nordeste e expuseram falhas graves no controle de registros da Previdência.
O golpe consistia em manter ativos cadastros de pessoas que já haviam falecido ou criar identidades totalmente fictícias para receber os valores. Com acesso a sistemas internos, Gilson manipulava informações e liberava pagamentos para contas abertas em nomes falsos ou de laranjas contratados para dar aparência de legalidade aos saques. Dessa forma, o dinheiro circulava sem levantar suspeitas imediatas.
A fraude só começou a ser descoberta depois que servidores de outras áreas do INSS notaram movimentações estranhas em relatórios de cruzamento de dados. Os sistemas de conferência, que comparam folhas de pagamento com registros de óbito, apontaram benefícios sendo pagos mesmo após os segurados terem sido declarados mortos. A partir daí, auditorias internas foram abertas em sigilo para investigar como as autorizações eram liberadas sem passar por bloqueios automáticos.
O caso foi encaminhado para a Polícia Federal, que assumiu as investigações para aprofundar a análise de documentos e rastrear o dinheiro desviado. Há indícios de que Gilson não tenha atuado sozinho, já que a complexidade do esquema e o montante envolvido sugerem a participação de outros funcionários ou pessoas de fora do órgão. A apuração agora busca identificar quem fazia os saques, quem movimentava as contas fraudulentas e se parte do valor foi transferida para empresas usadas para lavar o dinheiro obtido de forma ilícita.
As perdas de R$ 2,3 milhões se somam a outros prejuízos que o sistema previdenciário enfrenta todos os anos por fraudes parecidas. Casos de pagamentos a pessoas mortas ou a beneficiários fantasmas não são novidade no INSS, mas ainda representam um dos maiores desafios para garantir que o dinheiro chegue a quem realmente tem direito. Para tentar reduzir esses desvios, o governo investe em novas ferramentas de cruzamento de informações, integração de bases com cartórios e modernização dos sistemas de gestão de benefícios.
A revelação desse golpe deve intensificar a pressão para reforçar a fiscalização e aprimorar os mecanismos de controle interno, além de abrir caminho para responsabilizar todos os envolvidos. A expectativa é de que medidas como o bloqueio de bens, prisões preventivas e novas denúncias sejam adotadas nos próximos meses, à medida que a investigação avance e mais detalhes sejam esclarecidos.
Enquanto isso, especialistas alertam que o caso serve de alerta sobre a vulnerabilidade dos sistemas públicos e reforça a importância de monitoramento constante para impedir que servidores usem suas funções para desviar recursos que deveriam garantir a subsistência de milhões de brasileiros.
Fonte: pensandodireita.com