A chuva que atinge Alagoas desde o fim de semana provocou alagamentos em vários municípios devido ao aumento dos níveis de rios e lagoas. Em São Miguel dos Campos, cerca de 200 moradores tiveram que deixar suas casas nesta segunda-feira (30), depois que o rio São Miguel transbordou e inundou ruas.
A aposentada Maria de Lourdes da Silva foi encaminhada ao abrigo provisório na Escola Municipal Mário Soares Palmeira. Ela disse que não conseguiu dormir à noite devido à preocupação com a chuva.
“Eu não dormi um tico essa noite só pensando na água. Quando eu saí de casa, [a água] já estava no meio da janela”, disse.
Outra moradora desabrigada é a aposentada Virgínia dos Santos, que é cadeirante e tem 69 anos. Ela contou que perdeu as contas de quantas vezes precisou sair de casa por causa de enchentes do rio São Miguel.
“Desde 2010 que a gente sofre. Sofre mesmo. Perdemos coisas. Perdemos roupas”, afirmou a moradora.
Alagoas em alerta máximo
Alagoas está sob alerta máximo devido às fortes chuvas. A Defesa Civil Estadual e a Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) monitoram a situação dos rios e lagoas.
A Lagoa Manguaba ultrapassou a cota de transbordamento e atingiu 2,75 cm no Povoado Auxiliadora, no município de Marechal Deodoro. A cota é de 2,70 cm no povoado e de 2,84 cm no centro da cidade.
O monitoramento também apontou elevação nos níveis dos rios Manguaba e Camaragibe, além da Lagoa Manguaba. O alerta de chuvas se estende para as regiões do Litoral, Zona da Mata, Baixo São Francisco e Agreste.
Em Maceió, o mês de junho foi de chuva acima da média. Segundo a Defesa Civil Municipal, choveu 41% a mais do que era previsto para todo mês. Eram esperados 323 mm, mas choveu 457 mm no período.
Durante o mês de junho a Defesa Civil Municipal atendeu a 217 ocorrências. Nos últimos 15 dias, o órgão registrou um número de 52 pessoas desalojadas, que tiveram que deixar suas casas temporariamente e abrigaram-se na casa de parentes.
Mais de 1,5 mil ocorrências no primeiro semestre
Considerando todo o primeiro semestre, a Defesa Civil de Maceió recebeu 1.793 chamados. Edificação com problema de estrutura foi a ocorrência com maior quantidade (545), seguida de ameaça de deslizamento de solo (296).
“Apesar do volume alto de chuvas e um número expressivo de ocorrências neste primeiro semestre, não tivemos acidentes graves. Isso reflete o impacto do trabalho preventivo e a consciência da população em deixar os locais de risco nos dias de fortes chuvas”, expõe Abelardo Nobre, coordenador-geral da Defesa Civil de Maceió.
O mês de maio também registrou um número maior de chuva, que ultrapassou o que era previsto para o mês em 75% e o número de ocorrências foi de 1.148.
Fonte : G1