A cidade do Rio de Janeiro terá um fim de semana prolongado nos próximos dias, graças à realização da cúpula dos BRICS, que ocorrerá nos dias 6 e 7 de julho. A Prefeitura do Rio decretou ponto facultativo na sexta-feira, dia 4, e feriado na segunda-feira, dia 7, com o objetivo de reduzir a circulação de veículos e pessoas durante o encontro dos líderes dos países emergentes.
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O evento reunirá representantes das principais economias emergentes do mundo, entre eles o Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e, mais recentemente, o Irã, que integrou o bloco em 2024, junto com outros cinco países. A participação do presidente iraniano, Massud Pezekian, tem sido especulada, apesar da escalada do conflito no Oriente Médio, e foi confirmada como possível pelo embaixador do Irã no Brasil. No entanto, especialistas apontam que sua vinda seria bastante complicada, tanto pela situação logística no Oriente Médio, onde o principal aeroporto do Irã sofreu danos recentes, quanto pelo risco de segurança, já que o presidente iraniano é alvo de controvérsias internacionais devido aos ataques contra Israel.
Além disso, o encontro dos BRICS deste ano pode ocorrer sem a presença de dois líderes considerados fundamentais: o presidente russo Vladimir Putin e o chinês Xi Jinping. Putin tem evitado viagens internacionais para países que fazem parte do Estatuto de Roma, responsável pela criação do Tribunal Penal Internacional, que emitiu um mandado de prisão contra ele por supostos crimes de guerra relacionados à guerra na Ucrânia. Já Xi Jinping, aliado histórico do presidente Lula, poderá faltar ao evento, o que representaria a primeira ausência do ditador chinês em uma cúpula do bloco desde sua criação.
A cúpula dos BRICS acontece num momento em que o bloco tenta se consolidar como um contraponto às potências tradicionais, debatendo temas como cooperação em saúde global, comércio, investimentos, mudanças climáticas, governança da inteligência artificial, arquitetura multilateral de paz e segurança, e desenvolvimento institucional. Porém, especialistas questionam a efetividade dessas prioridades, apontando falta de consenso entre os países-membros e ausência de uma pauta clara que una os interesses tão diversos dos participantes.
O Brasil, que preside o bloco em 2025, busca ampliar sua influência global por meio do BRICS, mas enfrenta desafios internos e externos que comprometem sua relevância. A adesão do Irã, por exemplo, traz questões delicadas relacionadas à estabilidade regional e à postura diplomática do Brasil, que tem sido alvo de críticas por se aproximar de regimes autoritários e distantes dos valores das democracias liberais.
Analistas também destacam que a atual situação do Brasil no cenário internacional reflete uma diplomacia incerta e sem rumo definido, que caminha na direção oposta das principais potências ocidentais. A presença ou ausência dos líderes globais no encontro no Rio pode ser interpretada como um indicativo das alianças estratégicas e das tensões que permeiam o momento político mundial.
Em meio a esse contexto, a população carioca terá um fim de semana prolongado, com a cidade parcialmente preparada para receber uma reunião que, apesar do aparato e da importância simbólica, pode ter impacto limitado nas questões econômicas e políticas globais que realmente definem o rumo do mundo. A expectativa agora é para acompanhar se o evento trará avanços concretos ou apenas discursos protocolares sobre desafios compartilhados por esses países emergentes.
Fonte : PensandoDireita