O governo do Irã, liderado por Ebrahim Raisi, elevou a tensão internacional ao anunciar que poderá se retirar do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). A possível decisão surge como resposta direta às recentes ações militares de Israel, vistas por Teerã como provocativas e perigosas. A declaração representa um novo patamar na crise entre os dois países e desperta apreensão em diversas nações quanto à segurança global e à estabilidade no Oriente Médio.
O TNP, em vigor há mais de cinco décadas, é considerado um dos principais instrumentos para evitar a disseminação de armas nucleares. Se o Irã decidir oficialmente deixar o tratado, a medida representará um grande revés nos esforços internacionais para conter a proliferação desse tipo de armamento. Além disso, poderá abrir espaço para que o país avance com mais liberdade em um programa nuclear com possíveis fins militares, o que reacenderia velhos temores entre as potências ocidentais.
As ações recentes de Israel, que incluem ataques estratégicos em áreas de interesse iraniano, têm sido encaradas pelo regime de Raisi como violações intoleráveis da soberania iraniana. A ameaça de abandonar o TNP é uma forma encontrada por Teerã de pressionar a comunidade internacional e tentar forçar uma resposta mais dura contra Israel. Também serve para demonstrar que o Irã está disposto a adotar medidas extremas caso continue se sentindo ameaçado.
No cenário doméstico, essa postura fortalece a imagem do governo junto à população, ao apresentar uma reação firme diante do que considera ser uma agressão externa. A retórica nacionalista tem sido um dos pilares da política de Raisi, e esse possível rompimento com um tratado internacional pode ser usado como símbolo de independência e resistência.
A comunidade internacional, porém, vê com grande preocupação a possibilidade de o Irã seguir esse caminho. O temor é que a decisão encoraje outros países da região, como Arábia Saudita e Turquia, a buscar seus próprios programas nucleares como forma de proteção, o que ampliaria ainda mais o risco de conflitos armados. Além disso, o rompimento poderia inviabilizar qualquer tentativa de retomada dos diálogos com potências ocidentais para um novo acordo nuclear.
Outro fator que agrava a situação é a falta de canais eficazes de negociação. A relação entre o Irã e os países europeus tem se deteriorado, e a desconfiança entre Teerã e Washington permanece alta. A influência de grupos militares dentro do próprio governo iraniano também torna o cenário mais imprevisível, já que aumenta a possibilidade de decisões mais radicais.
Se o Irã realmente deixar o TNP, haverá um reposicionamento estratégico na política internacional, e as repercussões poderão afetar não apenas o Oriente Médio, mas também as relações diplomáticas em diversas partes do mundo.
Fonte: pensandodireita.com