A Suprema Corte da Argentina determinou a condenação da ex-presidente Cristina Kirchner, impondo a ela uma pena de seis anos de prisão e a proibição vitalícia de exercer qualquer cargo público. Essa decisão representa um marco decisivo na trajetória política da líder peronista, encerrando um processo judicial que teve início em 2022 e passou por diferentes instâncias até a confirmação definitiva em 2025.
Com 72 anos, Cristina Kirchner deverá se apresentar à Polícia Federal dentro de cinco dias para iniciar o cumprimento da pena. Entretanto, a defesa já entrou com um pedido para que a prisão seja cumprida em regime domiciliar, recurso previsto na legislação argentina para pessoas acima de 70 anos. A decisão sobre essa solicitação caberá à primeira instância da Justiça.
O julgamento no Supremo foi unânime entre os três ministros que atualmente compõem a corte, um número reduzido devido a aposentadorias recentes que não foram substituídas. A tentativa de indicar novos membros foi barrada pelo Congresso argentino. Dos três juízes que decidiram pelo encarceramento de Kirchner, dois foram nomeados por governos opositores ao kirchnerismo, e um foi indicado durante o mandato do falecido ex-presidente Néstor Kirchner, marido de Cristina.
Além da condenação e da inelegibilidade, a ex-presidente recebeu uma multa bilionária, cujo pagamento é condição para pleitear o benefício da prisão domiciliar. A expectativa é que a Justiça decida nos próximos dias sobre esse pedido, que pode alterar a forma como a pena será cumprida.
Politicamente, a decisão representa um duro golpe para Cristina Kirchner, uma das figuras mais influentes da Argentina nas últimas décadas. A condenação reacendeu o debate sobre o equilíbrio entre justiça e política no país, além de gerar incertezas sobre o futuro do peronismo.
No campo das especulações, há rumores sobre uma possível solicitação de refúgio político no Brasil por parte da ex-presidente. No entanto, fontes indicam que Kirchner prefere se posicionar como vítima de perseguição política, estratégia que busca fortalecer sua imagem como mártir diante da opinião pública, semelhante à postura adotada por outros líderes da região.
O relacionamento entre Cristina Kirchner e o presidente brasileiro Lula tem sido distante recentemente. Na última visita oficial do presidente brasileiro à Argentina, Lula não se reuniu com Kirchner, encontrando-se apenas com o atual presidente Alberto Fernández. Esse distanciamento reforça a ideia de que um pedido de asilo político no Brasil não é uma alternativa provável.
A Argentina vive um momento de intensa instabilidade política e institucional com essa decisão judicial. O futuro de Cristina Kirchner dependerá das próximas decisões judiciais e da mobilização de seus apoiadores, que podem buscar formas de resistir ao desfecho legal.
Com a condenação e a proibição de exercer cargos públicos, o protagonismo de Cristina Kirchner na política argentina parece estar chegando ao fim, ao menos temporariamente, enquanto o país enfrenta as consequências desse episódio histórico.
Fonte: pensandodireita.com