O ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira protagonizou um momento tenso durante seu depoimento à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), na última terça-feira (10). Em uma audiência que integra as investigações sobre a conduta de autoridades do governo anterior no período eleitoral de 2022, o ex-ministro se irritou com uma pergunta feita por seu próprio advogado, Andrew Farias.
A situação aconteceu quando o defensor começou a abordar uma reunião entre ministros ocorrida em dezembro de 2022, nos últimos dias do governo Bolsonaro. Naquele encontro, Paulo Sérgio teria mencionado que a administração federal estava “de mãos atadas”, dependendo da “boa vontade” do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em referência ao processo de fiscalização das eleições pelas Forças Armadas.
Logo após o início da pergunta, Paulo Sérgio demonstrou desconforto e interrompeu o advogado de forma impaciente. Sua reação, com tom irritado e gestos de reprovação, foi capturada pela transmissão oficial da sessão e chamou a atenção de quem acompanhava o depoimento ao vivo. O clima entre o ex-ministro e seu defensor ficou visivelmente carregado após o episódio.
A atitude do ex-ministro foi vista como sinal de divergência sobre a estratégia adotada pela defesa. A lembrança do episódio envolvendo o TSE parece ter sido mal recebida por Paulo Sérgio, que evitou se aprofundar no tema durante o restante de sua fala. Ele procurou manter o foco em argumentos que o afastassem de qualquer tentativa de questionar o resultado das eleições ou de envolver as Forças Armadas em disputas políticas.
Mesmo com a continuidade da sessão, a tensão entre o ex-ministro e o advogado persistiu. O episódio levantou dúvidas sobre a unidade da linha de defesa apresentada e a disposição de Paulo Sérgio em abordar determinados fatos. A condução do depoimento, marcada por cautela e autocontenção, indicou o esforço do ex-ministro em evitar declarações que pudessem comprometer sua posição nas investigações.
A cena reforça a complexidade do inquérito e os cuidados exigidos por parte dos investigados. A forma como os depoimentos estão sendo conduzidos tem impacto direto na percepção dos ministros do STF e pode influenciar eventuais decisões futuras. A irritação de Paulo Sérgio, embora breve, poderá repercutir tanto nos autos quanto na opinião pública.
Fonte: pensandodireita.com