Os moradores dos imóveis de áreas de riscos foram realocados, mas quem ainda ficou nos bairros relata preocupação e pede para que a questão seja revista, como é o caso de Sione Silva, que tem um mercadinho na rua Professor José da Silveira Camerino, no Pinheiro.
“A gente está numa situação dessa e eles não vêm indenizar a gente de nada. Não têm moradores, a população que passa não compra. Eu queria que realmente eles viessem ver como é que a gente vai ficar aqui, né? A gente não tá aguentando mais”, disse a empresária.
Já no Farol, as rachaduras são visíveis na parte externa de prédios e dentro de alguns apartamentos da rua Miguel Palmeira. O piso da garagem dos apartamentos está desnivelado e os moradores associam os problemas ao afundamento do solo.
De acordo com Givanderson, um dos moradores do prédio, a Defesa Civil esteve no local, fez levantamento fotográfico e disse que o problema era causado por falta de manutenção dos prédios. A Defensoria Pública fez uma vistoria nos locais e informou que vai cobrar à Defesa Civil de Maceió a revisão das áreas de risco.
“Conforme tudo que temos visto e constatado em campo, já passou muito da hora de fazer uma reavaliação da metodologia, porque os moradores estão demonstrando, e nós estamos demonstrando para toda a sociedade, que os danos vão muito além daquele perímetro que o Comitê de Avaliação Técnica delimitou”, disse o defensor público Ricardo Melro.
Segundo ele, a Defensoria vai enviar a nova avaliação para uma equipe de geólogos de Alagoas e do Brasil para que a metodologia seja questionada na justiça.
“A gente clama ao Poder Judiciário que julgue não com base no mundo maravilhoso dos relatórios da Braskem ou da Defesa Civil, julgue com base no mundo real, do que está acontecendo aqui pertinho”, disse.
De acordo com a Braskem, a empresa atua com base no mapa definido pela Defesa Civil do município e que não pode realizar reformas em imóveis particulares. Enquanto isso, as pessoas afetadas esperam que o caso seja avaliado.
Fonte: G1