A recente movimentação conjunta da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU) reacendeu um intenso debate sobre censura e liberdade de expressão no Brasil. A PGR solicitou a abertura de um inquérito contra o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, devido a declarações feitas em defesa dos direitos humanos dos brasileiros. Paralelamente, a AGU requereu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que, por meio de uma liminar, imponha uma regulamentação rígida sobre as redes sociais, o que vem sendo interpretado por muitos como um ato autoritário.
Essas ações coordenadas fortaleceram as críticas ao governo Lula, que enfrenta acusações de tentar restringir a liberdade de expressão sob o pretexto de combater fake news e discurso de ódio. Nas redes sociais, a repercussão foi imediata, com diversas lideranças políticas denunciando o que classificam como um avanço preocupante do Estado sobre o controle da informação.
O ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou nas redes sociais, criticando duramente as medidas e apontando que a chamada “regulação das redes sociais” é, na verdade, uma forma mascarada de censura. Ele argumentou que o Brasil já possui instrumentos legais suficientes para lidar com crimes como calúnia, difamação e injúria, o que torna desnecessária a criação de novas regras para controlar o conteúdo online. Para ele, o verdadeiro objetivo por trás dessas ações é instaurar um controle estatal da narrativa pública, calando opiniões contrárias e limitando o direito de expressão.
Bolsonaro ainda alertou para o perigo de o governo assumir o papel exclusivo de definir o que pode ser divulgado ou não na internet, ameaçando o direito fundamental de manifestação livre dos cidadãos. Ele defendeu que a liberdade de expressão não é um benefício concedido pelo Estado, mas sim um direito essencial de todos.
Outro parlamentar, o deputado Coronel Chrisóstomo, também criticou duramente a iniciativa da AGU, questionando se o país já estaria vivendo uma ditadura disfarçada. Para ele, a tentativa de regular as redes sociais via STF, sem passar pelo Congresso, representa uma tentativa de impor regras “no tapetão”, sem o devido processo democrático. O deputado reafirmou o compromisso de resistir a qualquer tipo de censura e defendeu a manutenção da liberdade no país.
Essa controvérsia reflete o momento de forte polarização política no Brasil, com o tema da regulação das redes sociais se tornando um campo de batalha entre diferentes visões sobre democracia, controle estatal e liberdade individual. Enquanto o governo afirma querer combater a desinformação, seus opositores enxergam um movimento para restringir a pluralidade e o direito à livre manifestação.
Diante desse cenário, o desafio do Brasil será encontrar um meio-termo que proteja a população contra abusos e, ao mesmo tempo, preserve o direito à liberdade de expressão — um dos pilares essenciais da democracia. As decisões que serão tomadas pelo STF e pelo Congresso nos próximos meses terão papel fundamental para definir o futuro desse debate e o impacto que ele terá no ambiente digital do país.
Fonte: pensandodireita.com