O presidente francês, Emmanuel Macron (foto), criticou neste domingo, 11, a proposta do ditador russo, Vladimir Putin, para retomar negociações diretas com a Ucrânia. Segundo o líder russo, o encontro teria como objetivo discutir as “causas profundas do conflito” e alcançar uma paz “duradoura e estável”, sem impor condições prévias. Macron, que esteve no sábado, 10, em Kiev com os líderes de Alemanha, Polônia e Reino Unido, avaliou que a proposta de Putin é insuficiente. Em publicação no X, ele afirmou:
O presidente Zelensky se comprometeu sem impor nenhuma condição. Agora esperamos uma resposta igualmente clara da Rússia.
Não pode haver negociações enquanto as armas estiverem falando.
Não pode haver diálogo se, ao mesmo tempo, civis estão sendo bombardeados.
Um cessar-fogo é necessário agora, para que as negociações possam começar. Pela paz.”
A proposta ocidental foi apresentada durante visita surpresa dos quatro líderes europeus à capital ucraniana. O grupo também ameaçou impor novas sanções econômicas à Rússia caso Moscou não aceite o cessar-fogo imediato. O Kremlin classificou o gesto como “confrontação”.
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Enquanto isso, Lula…
Ainda no sábado, durante visita a Moscou, o presidente Lula defendeu sua participação na cerimônia militarorganizada por Putin para marcar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. O evento teve forte tom nacionalista e foi usado pelo governo russo como peça de propaganda para justificar a guerra na Ucrânia.
Lula rejeitou as críticas internacionais à celebração:
“A Europa deveria estar festejando no dia de ontem. Porque quem estava em guerra era a Europa. A França deveria estar festejando. A Alemanha deveria estar festejando no dia de ontem porque, graças ao que aconteceu em 1945, o nazismo que tomava conta da Alemanha foi derrotado.”
Zelensky já convidou Lula diversas vezes para visitar Kiev. O último pedido foi feito na semana passada, por meio do embaixador ucraniano no Brasil, que sugeriu uma parada na capital ucraniana durante a viagem do presidente à Rússia. Lula, no entanto, deixou a Rússia e embarcou diretamente para a China, onde será recebido por Xi Jinping nesta segunda-feira, 12.