Uma investigação recente realizada pela Polícia Federal (PF) revelou detalhes preocupantes sobre o envolvimento de agentes de segurança com o tráfico de drogas no Rio de Janeiro. O foco principal da operação foi Filiph da Silva Gregório, mais conhecido como “Professor”, líder do tráfico no Complexo do Alemão, uma das regiões mais afetadas por atividades criminosas no estado. Gregório estava foragido há mais de seis anos, mas, com a coleta de informações e mensagens, a PF conseguiu comprovar que ele manteve contato constante com oficiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Fazendinha.
A investigação indicou que os diálogos entre Gregório e os policiais iam além de simples conversas informais, revelando uma troca de interesses entre as partes. Durante as interações, os policiais discutiam quais áreas do Complexo do Alemão precisavam de patrulhamento e, em alguns casos, elogiavam a administração do tráfico de drogas. Em troca de favores e pagamentos, eles sugeriam não interferir nas atividades criminosas, permitindo que o tráfico continuasse a dominar a área sem resistência da polícia.
Essas trocas de mensagens fazem parte de um inquérito que culminou na operação “DakoVo”, que desmantelou uma rede de tráfico internacional de armas. O tráfico de armamentos pesados, que transitava entre diferentes países, tinha grande influência nas facções criminosas do Rio de Janeiro, e a operação revelou que, além das drogas, as armas de fogo eram um dos pilares fundamentais para o poder dos traficantes. Essa investigação destacou o envolvimento de algumas autoridades policiais com práticas corruptas, prejudicando a imagem da corporação.
A operação “DakoVo” foi iniciada após uma série de investigações que mostraram a extensão do tráfico de armas, que abastecia as facções criminosas com armamento de alto calibre, ampliando a violência no Rio de Janeiro. Ao longo da operação, a PF coletou evidências que mostram como esse armamento era distribuído nas comunidades, intensificando os confrontos e dificultando o trabalho da segurança pública. O envolvimento de alguns membros da polícia nesse processo é um dos pontos mais alarmantes da investigação, pois compromete ainda mais a confiança da população nas instituições responsáveis pela segurança.
As mensagens trocadas entre Gregório e os policiais sugerem um entendimento mútuo para que as atividades criminosas não fossem interrompidas, com a promessa de vantagens para os agentes de segurança em troca de sua colaboração. Essa relação entre os traficantes e alguns policiais reflete a corrupção dentro das forças de segurança pública e levanta questões sobre a falta de supervisão e controle nas instituições. A investigação busca agora identificar o grau de envolvimento de cada policial e as ramificações dessa rede de cumplicidade.
A prisão de Filiph Gregório e a continuidade da operação “DakoVo” são vistas como avanços significativos no combate ao tráfico de armas e à corrupção dentro das forças de segurança. A operação ainda está em andamento e já resultou em diversas apreensões e novas investigações, com a PF reafirmando seu compromisso de desmantelar redes criminosas que atuam em conjunto com figuras de autoridade. Essa investigação é um alerta sobre a necessidade de mudanças nas instituições de segurança pública para garantir a restauração da confiança da sociedade e a melhoria no combate à criminalidade.
Fonte: pensandodireita.com