Nova pesquisa revela deterioração significativa na aprovação do presidente e do ministro da Fazenda enquanto inflação pressiona orçamento das famílias
Dados do Instituto Opinião mostram que maioria da população desaprova gestão atual, mesmo após anúncio de isenção do IR para salários até R$ 5 mil
O termômetro da insatisfação popular
Você já percebeu como está mais difícil fazer as compras do mês? Não é apenas impressão sua. O aumento constante nos preços dos alimentos tem obrigado muitas famílias brasileiras a repensarem seu orçamento doméstico. Este cenário de pressão inflacionária parece estar cobrando seu preço na popularidade do governo federal.
De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Opinião nesta segunda-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrentam um momento delicado em termos de aprovação popular. Pela primeira vez desde o início do atual mandato, ambos ultrapassaram a marca de 50% de desaprovação.
O que dizem os números sobre Lula?
A pesquisa revelou um quadro preocupante para o Palácio do Planalto: 53,6% dos brasileiros entrevistados desaprovam a maneira como Lula está conduzindo sua gestão. Em contrapartida, apenas 44,6% aprovam o trabalho do presidente.
Quando questionados especificamente sobre como avaliam o governo atual, os brasileiros responderam:
- Péssimo: 29,2%
- Ruim: 12,9%
- Regular: 29,8%
- Bom: 20,4%
- Ótimo: 7,4%
Estes números mostram uma polarização significativa, com quase 30% classificando o governo como péssimo, enquanto apenas 7,4% o consideram ótimo. A faixa intermediária, que avalia o governo como regular, representa quase um terço dos entrevistados.
Haddad enfrenta cenário ainda mais desafiador

Fernando Haddad e Robinson Barreirinhas na coletiva da ‘Portaria do Pix’: era para arrecadar sim. Foto: João Risi/SEAUD/PR
Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o cenário não é mais favorável. A pesquisa aponta que 51,7% dos brasileiros desaprovam sua atuação à frente da pasta econômica, enquanto 39,9% aprovam. Um dado interessante é que 8,4% dos entrevistados preferiram não opinar sobre o desempenho do ministro.
Avaliando mais detalhadamente o desempenho de Haddad, a pesquisa revela:
- 31% classificam como péssimo
- 10,7% como ruim
- 35,9% como regular
- 15,1% como bom
- 3,5% como ótimo
“O mais preocupante para o ministro é que a soma das avaliações negativas (péssimo e ruim) chega a 41,7%, mais que o dobro da soma das avaliações positivas (bom e ótimo), que totaliza apenas 18,6%”, analisa Marcos Silveira, cientista político e pesquisador da USP.
Tabela comparativa: Aprovação x Desaprovação
Líder Político | Aprovação | Desaprovação | Sem opinião |
---|---|---|---|
Lula | 44,6% | 53,6% | 1,8% |
Haddad | 39,9% | 51,7% | 8,4% |
A inflação como vilã da popularidade
O contexto econômico parece ser decisivo para entender esses índices de desaprovação. Nos últimos meses, a inflação tem mostrado um comportamento persistente, afetando principalmente os preços dos alimentos – item que impacta diretamente o dia a dia de todas as classes sociais.
“Quando a inflação sobe, especialmente nos alimentos, o impacto na avaliação do governo é praticamente imediato. É o tipo de problema econômico que o cidadão sente no bolso todas as semanas quando vai ao supermercado”, explica a economista Adriana Carvalho, especialista em economia doméstica.
Esta pressão inflacionária tem forçado muitas famílias a reduzirem seu volume de compras em supermercados, gerando uma sensação generalizada de deterioração na qualidade de vida – fator que historicamente influencia a percepção sobre governos.
A isenção do IR: medida popular, mas insuficiente?
Curiosamente, mesmo com a alta desaprovação do ministro Haddad, uma de suas principais medidas recentes recebeu apoio expressivo da população. A isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais foi aprovada por 76,2% dos entrevistados, enquanto apenas 20,3% reprovaram a iniciativa.
“Este contraste entre a aprovação da medida e a desaprovação do ministro sugere que os brasileiros estão avaliando as ações específicas positivamente, mas ainda não veem resultados práticos suficientes no conjunto da política econômica”, pondera o economista Paulo Ribeiro, professor da FGV.
Qual foi a metodologia utilizada na pesquisa?
A pesquisa foi realizada por telefone entre 9 e 11 de abril, ouvindo 2 mil eleitores de todos os estados brasileiros. O levantamento tem margem de erro de 2,19 pontos percentuais e confiabilidade de 95%.
Haverá novas pesquisas em 2025?
Sim, segundo o Instituto Opinião, serão realizadas mais duas pesquisas ao longo de 2025, com divulgação prevista para os meses de agosto e dezembro.
Quais fatores podem estar influenciando a queda de popularidade?
Além da inflação, especialmente em alimentos, outros fatores como a percepção sobre segurança pública, geração de empregos e crises políticas podem estar contribuindo para os índices de desaprovação.
O que esperar para os próximos meses?
A tendência de queda na popularidade de Lula e Haddad acende um alerta no Palácio do Planalto, especialmente considerando que o próximo ano será marcado por eleições municipais. Historicamente, o desempenho de candidatos apoiados pelo governo federal nessas eleições sofre impacto direto dos índices de aprovação presidencial.
Para reverter essa tendência, analistas políticos apontam que o governo precisará mostrar resultados concretos no controle da inflação e na melhoria das condições econômicas das famílias brasileiras nos próximos meses.
Você acredita que essas medidas econômicas recentes serão suficientes para recuperar a popularidade do governo? [INSERIR LINK para artigo relacionado sobre medidas econômicas] Continue acompanhando nossas análises sobre o cenário político e econômico brasileir
Fonte: folhadapolitica