O pai da recém-nascida sequestrada em Novo Lino, no interior de Alagoas, está fora de casa a trabalho há um mês, por isso não conheceu pessoalmente a filha, que só tem 15 dias de vida. Motorista de uma usina no município de Santa Mercedes, em São Paulo, Jaelson da Silva Souza foi acordado nessa sexta-feira (10) com a notícia do sequestro.
“Um colega que trabalha aqui em São Paulo me acordou e disse o que aconteceu. Eu saí de lá [Novo Lino] e ela [esposa] não tinha nem ganhado a menina. Nunca vi a minha filha, nunca toquei nela, só vi a minha filha por foto e vídeo”, afirmou.
Jaelson Souza só voltaria para casa, no município de Novo Lino, após o fim da safra, mas conseguiu ajuda da empresa em que trabalha para conseguir retornar a Alagoas ainda na última sexta-feira (11).
“A empresa que eu trabalho comprou a passagem de avião. Eu estou com o coração apertado, o que eu estou passando eu não desejo que ninguém passe. É difícil”, disse.
Criminosos ameaçaram atirar se a mãe não entregasse a filha.
A recém-nascida Ana Beatriz foi arrancada dos braços da mãe em um ponto de ônibus em Novo Lino por uma mulher e três homens que chegaram ao local em um carro modelo Classic, de cor preta. Um suspeito foi preso na cidade de Vitória de Santo Antão, no interior de Pernambuco, mas foi liberado após prestar esclarecimentos à polícia.
Em depoimento, a mãe da menina contou que estava com a caçula e o filho de cinco anos no ponto à espera do ônibus escolar para o menino, quando os criminosos chegaram de carro, ameaçaram atirar e levaram a bebê.
“O carro foi parando aos poucos, abaixou o vidro e o cara já apontou a arma. Eu vi, eu ia correr, [mas um homem disse] ‘se você correr, eu atiro’. Eu ia correr, mas uma mulher disse ‘não corra não’. Foi na hora que os dois caras desceram e pegaram a menina à força de mim. Eu não ia dar, podia atirar em mim, eu não ia dar”, disse Eduarda Silva de Oliveira.
Fonte: G1