A gestão de Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF tem sido marcada por turbulências judiciais, articulações políticas e parcerias controversas. Após assumir interinamente o comando da entidade em 2021, devido ao afastamento de Rogério Caboclo por assédio, Ednaldo foi eleito presidente em 2022, mas acabou afastado em dezembro de 2023 por decisão do TJ-RJ, que apontou irregularidades na eleição. Para retomar o cargo, Ednaldo recorreu ao STF com apoio jurídico custeado pela CBF, inclusive pagando R$ 6,5 milhões ao advogado Pedro Trengrouse, que articulou um novo recurso apresentado pelo PCdoB. Embora o regimento do STF determinasse que o processo fosse encaminhado a André Mendonça, o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, redirecionou o caso por sorteio, caindo nas mãos de Gilmar Mendes, que mantém relações comerciais com a CBF por meio do IDP, seu instituto, responsável pela gestão dos cursos da CBF Academy com 84% da receita estimada em R$ 9,2 milhões ao ano. Mesmo diante do claro conflito de interesses, Gilmar não se declarou impedido, concedeu liminar a favor de Ednaldo e, posteriormente, homologou um acordo que validou sua eleição, determinando o arquivamento de todos os processos. A aliança entre a CBF e o IDP se fortaleceu, com diversas nomeações de nomes ligados ao instituto em cargos estratégicos na confederação, enquanto o plenário do STF trocava farpas e críticas veladas sobre a idoneidade da entidade e das decisões judiciais do Rio, num enredo que mistura futebol, poder e influência no mais alto escalão do Judiciário.
Fonte: cesarwagner.com