O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou, nos últimos dias, uma série de invasões em diversas regiões do Brasil. Ao todo, foram invadidas 11 áreas nos estados do Ceará, Distrito Federal, Goiás, São Paulo e Pará. A ação coordenada teve como principal objetivo intensificar a cobrança por medidas concretas no campo da reforma agrária e reacender a discussão sobre a distribuição de terras no país.
Entre os pontos tomados pelo movimento, um dos que mais chamou atenção foi a sede da Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará. A invasão desse órgão público, situado em Fortaleza, teve um forte caráter simbólico, por se tratar de uma instituição responsável pela formulação e execução de políticas para o meio rural. Com isso, o MST buscou destacar a lentidão na aplicação de políticas públicas voltadas à agricultura familiar e à regularização fundiária.
As outras invasões ocorreram, em sua maioria, em propriedades privadas que, segundo o movimento, estariam sem uso produtivo e poderiam ser destinadas à reforma agrária. No interior de São Paulo, onde o MST já tem uma base consolidada, a movimentação envolveu acampamentos organizados em fazendas. Já em Goiás, no Distrito Federal e no Pará, as áreas invadidas são conhecidas por disputas anteriores envolvendo posse de terra e conflitos entre trabalhadores rurais e grandes fazendeiros.
O conjunto dessas ações integra uma agenda nacional de mobilizações promovida pelo MST. A intenção do movimento é cobrar do Estado brasileiro o cumprimento da função social da terra, princípio garantido pela Constituição. Segundo o grupo, muitas propriedades no país continuam concentradas nas mãos de poucos e permanecem improdutivas, enquanto milhares de famílias seguem sem acesso à terra para produzir e viver com dignidade.
Fonte: pensandodireita.