Ex-presidente se senta na primeira fileira do plenário e acompanha decisão que pode torná-lo réu por suposta tentativa de golpe de Estado
Na manhã desta terça-feira (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro compareceu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para acompanhar o julgamento que decidirá se ele e outros sete investigados se tornarão réus por suposta tentativa de golpe de Estado. A sessão ocorre na 1ª Turma do STF, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que ficou frente a frente com o ex-mandatário.
Bolsonaro diante dos ministros
Sem falar com a imprensa, Bolsonaro chegou ao plenário por volta das 9h30, acompanhado de seus advogados Paulo Bueno e Celso Vilardi, sentando-se na primeira fileira, diretamente em frente aos ministros que o julgarão.
Por determinação do Supremo, não são permitidos registros de fotos ou vídeos durante a sessão. Além de Bolsonaro, estiveram presentes no plenário o ex-ministro Fábio Wajngarten, o deputado federal Mario Frias (PL-SP) e o ex-senador Demóstenes Torres.
Quais são as acusações?
A Procuradoria-Geral da República (PGR) ofereceu denúncia contra Bolsonaro e outros sete nomes considerados parte do “núcleo central” da suposta trama para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. As acusações incluem os seguintes crimes:
- Golpe de Estado
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Organização criminosa armada
- Dano qualificado
- Deterioração de patrimônio tombado
Quem são os demais acusados?
Além de Bolsonaro, o julgamento envolve:
- Alexandre Ramagem (PL-RJ) – deputado federal e ex-diretor da Abin
- Almir Garnier Santos – ex-comandante da Marinha
- Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF
- Augusto Heleno – general da reserva e ex-ministro do GSI
- Mauro Cid – tenente-coronel e ex-ajudante de ordens
- Walter Braga Netto – general da reserva e ex-ministro da Casa Civil
Os ministros que julgam o caso
A decisão está nas mãos dos integrantes da 1ª Turma do STF:
- Cristiano Zanin (presidente da Turma)
- Alexandre de Moraes (relator)
- Luiz Fux
- Cármen Lúcia
- Flávio Dino
Denúncia liga acusados aos atos do 8 de Janeiro
Segundo a PGR, os acusados integram o grupo que teria trabalhado para minar o resultado das eleições de 2022 e impedir a posse de Lula, resultando nos atos de vandalismo e invasão às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Bolsonaro e seus aliados negam as acusações. A defesa sustenta que não há provas de que o ex-presidente tenha planejado ou incentivado qualquer ruptura institucional, e afirma que o processo é de natureza política.