O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), manifestou apoio a um projeto de lei que visa barrar a contratação de artistas pelo poder público municipal que façam apologia ao crime organizado. O projeto de lei, de autoria da vereadora Amanda Vettorazzo (União), surgiu em meio a uma polêmica envolvendo a parlamentar e o rapper Oruam, que acusou Vettorazzo de promover um elitismo cultural na cidade.
Confira detalhes no vídeo:
O projeto tem como objetivo evitar que artistas com letras ou comportamentos associados ao crime sejam contratados para se apresentar em eventos culturais promovidos pela Prefeitura. Durante um evento em que anunciou o financiamento de R$ 319 milhões para a cultura paulistana, Nunes defendeu a proposta, afirmando que a medida busca proteger a cidade de conteúdos que promovam a violência e a criminalidade.
O prefeito afirmou não conhecer as músicas do rapper Oruam, mas destacou que a intenção da vereadora não era atacar a cultura em si, mas sim questionar atitudes que pudessem incentivar comportamentos nocivos à sociedade. “Eu não conheço as músicas do rapaz [Oruam], para você ver que eu tenho um bom gosto para música, porque eu nunca vi músicas desse cara”, disse Nunes, sublinhando que a questão não se tratava de uma crítica à cultura, mas a conteúdos que incentivam práticas ilegais.
A proposta gerou um intenso debate sobre os limites da liberdade artística e o papel do Estado na regulação da produção cultural. A vereadora Amanda Vettorazzo e seus apoiadores defendem que o projeto é uma forma de garantir que o poder público não financie artistas que utilizem suas plataformas para glorificar o crime, enquanto os críticos apontam que a medida poderia representar censura e restringir a diversidade cultural na cidade.
Durante a sua manifestação, Nunes também negou que os editais de financiamento cultural favoreçam qualquer grupo político específico. Ele se comprometeu a orientar o secretário de Cultura, Totó Parente (MDB), para que os futuros editais deixem claro que artistas que façam apologia ao crime não terão espaço nos projetos culturais da cidade. O prefeito assegurou que o município não permitirá, sob nenhuma circunstância, que grupos com esse tipo de conteúdo se beneficiem dos recursos públicos destinados à cultura.
A medida gerou reações mistas entre a classe artística e os parlamentares da cidade. Alguns artistas e defensores da liberdade de expressão argumentam que o projeto pode abrir precedentes perigosos para a censura, enquanto outros o consideram um passo necessário para preservar os valores e a segurança pública.
A discussão sobre o projeto de lei segue em andamento, e a aprovação dependerá da análise e votação da Câmara Municipal. Se aprovado, o projeto poderá ter um impacto significativo na forma como a Prefeitura de São Paulo seleciona e financia eventos culturais, ao mesmo tempo em que intensifica o debate sobre o papel do governo na promoção da arte e na proteção contra conteúdos prejudiciais à sociedade.
Fonte: pensandodireita