O jurista Ives Gandra da Silva Martins se manifestou publicamente, através de suas redes sociais, sobre os discursos e ações que marcaram a cerimônia de comemoração dos dois anos dos atos do 8 de janeiro, organizada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Em suas declarações, Gandra questionou a postura de Lula e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, durante o evento, abordando temas como a defesa da democracia, o papel do Judiciário e a coerência nas falas do presidente.
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Ives Gandra criticou especialmente o discurso de Lula durante sua visita à Galeria dos Presidentes, onde o chefe do Executivo fez duras críticas aos ex-presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro. Ao se referir a Temer como “golpista” e a Bolsonaro como “mentiroso”, Lula gerou uma reação negativa do jurista, que considerou essas acusações incoerentes para alguém que se declara um “amante da democracia”. Gandra lembrou que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, um dos eventos mencionados por Lula, foi realizado de acordo com a Constituição Federal, com a aprovação do Congresso Nacional e com a supervisão do Supremo Tribunal Federal, comandado na época por Ricardo Lewandowski. O jurista questionou, então, se seguir a Constituição seria, de fato, um “golpe”. Além disso, Gandra apontou que o presidente Temer, eleito vice-presidente ao lado de Dilma, teve votos suficientes para ocupar o cargo, o que refutaria a alegação de Lula de que ele não teria apoio popular.
O jurista também abordou as críticas de Lula ao ex-presidente Jair Bolsonaro, chamando-o de “mentiroso”. Gandra destacou que, apesar das adversidades enfrentadas, Bolsonaro deixou o governo com um superávit primário de 54 bilhões de reais, um resultado que foi rapidamente dissipado pelo atual governo. Segundo o jurista, no início de seu mandato, Lula demonstrava pragmatismo, mas, ao assumir o terceiro mandato, passou a adotar um discurso ideológico que, na visão de Gandra, está gerando impactos negativos na economia do país.
Outro ponto abordado por Ives Gandra foi o discurso do ministro Edson Fachin, que, ao participar da cerimônia, falou sobre a “autocontenção” do Judiciário. Gandra criticou a postura do evento, destacando que ele estava esvaziado de público, com uma quantidade excessiva de autoridades. Para o jurista, isso demonstraria uma desconexão entre o governo e o povo, sendo um reflexo de uma democracia em que as instituições parecem mais preocupadas com o poder do que com a participação popular.
Por fim, Gandra comentou sobre o ranking do World Justice Project, que avaliou a imparcialidade do Judiciário brasileiro, revelando que o Brasil ocupa uma posição ruim, atrás de diversos países da América Latina e até mesmo das ditaduras, como a Venezuela. Segundo Gandra, isso exige uma reflexão profunda sobre o estado atual da justiça no país, especialmente no que se refere à imparcialidade do Judiciário brasileiro.
Essas observações, feitas por Ives Gandra, ilustram uma crítica contundente ao governo Lula e ao papel das instituições do país, com foco nas acusações de parcialidade e no enfraquecimento das práticas democráticas.
Fonte: pensandodireita