O desembargador aposentado Sebastião Coelho, conhecido por sua atuação em defesa de presos e perseguidos políticos, fez duras críticas à participação dos comandantes das Forças Armadas na cerimônia do governo Lula, que comemorou dois anos de prisões arbitrárias e perseguições políticas em nome dos eventos de 8 de janeiro de 2023. Coelho questionou a postura dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, que estiveram presentes no Palácio do Planalto durante a solenidade, e levantou sérias dúvidas sobre o alinhamento das Forças Armadas com as ações do governo.
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Em suas observações, o desembargador ressaltou o papel simbólico e importante que as Forças Armadas desempenham na história do Brasil e na defesa da Constituição, e lamentou a presença dos comandantes na cerimônia, sugerindo que essa participação poderia ser vista como um apoio tácito ao que ele classificou como um regime autoritário. Coelho fez um apelo à reflexão por parte dos oficiais generais, pedindo que considerassem a responsabilidade de suas ações e a repercussão delas na relação entre o governo e as Forças Armadas.
O desembargador questionou se os comandantes, ao participarem da solenidade, estavam cientes do histórico de intervenções militares nas manifestações de 8 de janeiro, que resultaram em uma série de prisões e investigações sobre os atos de protesto. Ele também fez questão de lembrar que, no dia 8 de janeiro de 2023, os mesmos comandantes estavam em seus postos de comando e não tomaram medidas para impedir a ocupação de espaços militares pelos manifestantes que estavam protestando contra o governo.
Coelho questionou, ainda, se os comandantes lembravam das notas emitidas por seus antecessores, autorizando a permanência dos manifestantes nas áreas controladas pelas Forças Armadas, e perguntou se eles se sentiam confortáveis com a forma como o governo tem tratado a oposição política e os cidadãos que se manifestam. O desembargador também expressou sua preocupação com o impacto que a postura das Forças Armadas poderia ter na confiança da população em sua neutralidade política, especialmente em momentos de crise política e social.
Em sua crítica, Coelho afirmou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem utilizado as Forças Armadas como um instrumento de apoio ao que ele chamou de “arbítrio” do governo. Para o desembargador, a presença dos comandantes na cerimônia foi um gesto simbólico que reforçou a ideia de que as Forças Armadas estariam colaborando com o regime, ao invés de manter uma postura de independência e defesa dos direitos dos cidadãos.
Com essas declarações, Sebastião Coelho fez um apelo aos comandantes das Forças Armadas para que repensassem suas ações e sua relação com o governo atual. Ele sugeriu que os oficiais refletissem sobre o impacto que suas decisões podem ter para a história do Brasil e para a confiança da população nas instituições militares. O desembargador concluiu seu discurso pedindo que os comandantes considerassem o legado das Forças Armadas e a importância de manter sua independência, em consonância com os princípios da democracia e da liberdade.
Fonte:pensandodireita