A família de Silvio Bispo Romão, 76 anos, idoso que faleceu no naufrágio de um catamarã durante um passeio em Maragogi, reclama da demora na liberação do corpo. Segundo o filho dele, Eduardo Bispo, não há previsão para quando o corpo será entregue à família para sepultamento. O corpo está na fila para ser liberado desde a manhã deste sábado (14).
“Não liberam o corpo do meu pai. O dele é o de número oito, desde 8h da manhã só liberaram 3 corpos. Eu acabei de falar com uma doutora de lá e ela me disse que isso vai se prolongar muito, provavelmente para amanhã, depois do horário do cartório”, relatou Eduardo.
A reportagem entrou em contato com o IML, mas não havia obtido resposta até a última atualização desta reportagem.
“Minhas tias estão passando mal de nervoso. Meu primo mandou áudio e me ligou, está revoltado também. A esposa do meu pai tá muito mal”, lamentou o filho.
O vice-presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais de Alagoas (Sinpoal), Victor Cavalcante informou que a demora na liberação do corpo é reflexo da paralisação da categoria que durou 48h. “Nesse momento, estamos com nove corpos para serem necropsiados, o 8º é a vítima do naufrágio, estamos seguindo a sequência cronológica por respeito a todas as famílias”, disse ele.
A categoria reclama de carência de técnicos forenses, atraso no pagamento de horas extras, problemas com Equipamento de Proteção Individual, carência de freezers para armazenar materiais coletados nas necropsias, falta de condições físicas e de pessoal de atender a demanda, além de outras reinvindicações.
O Tribunal de Justiça de Alagoas decretou a ilegalidade da paralisação dos servidores. O Sinpoal informou que não foi notificado a respeito da decisão judicial e que a paralisação terminou às 7h da manhã deste sábado.
Naufrágio durante passeio
O catamarã com 47 passageiros e 3 tripulantes afundou antes de chegar nas piscinas naturais de Maragogi. O turista Silvio Bispo Romão estava hospedado em um resort de Pernambuco e morreu no naufrágio. Ele é de São Bernardo do Campo (SP).
Treze pessoas foram atendidas na unidade de emergência de Maragogi. O catamarã tem registro na Marinha do Brasil e o piloto é habilitado, mas não está cadastrado na prefeitura para fazer o passeio.
Segundo o Corpo de Bombeiros, apesar de haver colete salva-vidas na embarcação eles não foram usados. O catamarã, que tinha capacidade para 70 pessoas. A Polícia Civil e a Marinha estão apurando as causas do acidente.
Fonte: G1