A Polícia Federal está investigando um suposto esquema de venda de sentenças envolvendo juízes do Tribunal de Justiça do Mato Grosso e servidores de quatro ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). As informações foram reveladas pela revista Veja na noite desta quinta-feira (3). O esquema consistia na entrega de minutas de decisões a lobistas e advogados, que ofereciam as sentenças à parte interessada em troca de propina.
O assassinato de um advogado em Cuiabá, Roberto Zampieri, impulsionou a investigação. O advogado foi morto a tiros e, ao lado do corpo, a polícia encontrou um celular com mensagens comprometedoras que indicam a participação de autoridades e advogados no esquema de corrupção. O conteúdo do celular revelou que o comércio de sentenças funcionava há pelo menos quatro anos, movimentando cerca de R$100 milhões.
Mesmo sem evidências diretas de que os ministros do STJ estavam cientes, seus nomes foram utilizados por funcionários de gabinete para negociar sentenças. Entre os citados estão Nancy Andrighi, Og Fernandes, Isabel Galotti e Moura Ribeiro, cujas decisões eram vendidas ou modificadas caso a propina não fosse paga.
Outro destaque da investigação envolve o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputado Wellington Luiz (MDB). Em depoimento, ele revelou ter sido procurado por intermediários de uma advogada que exigia R$500 mil para garantir uma decisão favorável em um processo. Ao recusar, o deputado relatou ter sofrido retaliações no julgamento.
O caso já foi encaminhado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que repassou as informações à presidência do STJ e à Polícia Federal para aprofundamento das investigações.
Com informação do Pleno News.