A Polícia Civil registrou cerca de 70 Boletins de Ocorrência nesta sexta-feira (23) na Central de Flagrantes, em Maceió, de pessoas alegando que foram vítimas de saques indevidos das contas do CAIXA Tem, da Caixa Econômica Federal (CEF).
O Caixa Tem é um aplicativo da Caixa Econômica Federal usado para acessar a poupança social digital por onde são feitos pagamentos como o Bolsa Família e o saque extraordinário do FGTS de até R$ 1 mil.
A reportagem ouviu o relato de algumas vítimas e eles são bem parecidos. Todas as pessoas ouvidas receberam notificações no celular no começo da madrugada informando sobre transferências via PIX de valores do benefício do programa Bolsa Família para outras contas.
Ingrid Thayná é autônoma e foi uma das vítimas. Ela disse que recebeu uma notificação de uma transferência via PIX no valor de quase R$ 900 de sua conta para a conta de uma pessoa chamada Luana. Ela disse que desconhece essa pessoa e a transação bancária.
A dona de casa Carla Bispo disse que teve R$ 900 sacado de sua conta, restando apenas R$ 0,01. “Não sei o que vou fazer, todo meu dinheiro vem daí. É como eu resolvo as coisas das crianças, tenho dois filhos. Não sei o que vou fazer esse mês porque só sobrou um centavo na minha conta”, disse ela.
As vítimas buscaram informações junto à Caixa Econômica Federal e foram orientadas a registrar um Boletim de Ocorrência junto à Polícia Civil. Elas querem um ressarcimento dos valores transferidos de forma indevida.
A reportagem entrou em contato com a Caixa Econômica Federal, mas não havia tido resposta até a última atualização dessa reportagem.
A Polícia Civil informou que vai reunir todos os Boletins de Ocorrência e encaminhar para a Polícia Federal, por se tratar de uma instituição bancária.
“Pela análise preliminar, o problema é de vulnerabilidade da aplicação de internet fornecida pelo banco. Como o banco é uma empresa pública federal, a atribuição investigativa é da Polícia Federal”, explicou o delegado Lucimério Campos.
A Polícia Federal informou que precisa ser notificada oficialmente pela Caixa Econômica Federal para dar início ao procedimento de investigação.
Fonte: G1