Alison José Bezerra da Silva foi condenado a 32 anos e oito meses de prisão pelo homicídio qualificado (por motivo torpe, meio cruel e feminicídio) da esposa Maria Aparecida da Silva Bezerra. O júri popular foi conduzido pelo juiz Yulli Roter, no Fórum da Capital, nesta terça-feira (6).
A Justiça também aceitou o pedido do Ministério Público Estadual (MP-AL) e condenou Alison Bezerra a pagar R$ 40 mil de indenização por danos morais aos dois filhos.
A advogada Maria Aparecida tinha 54 anos quando foi morta a facadas pelo marido dentro de casa no loteamento Casa Forte, no bairro do Antares, em Maceió, na manhã de 21 de julho de 2022. Os dois filhos do casal estavam na escola no momento do crime.
Alison Bezerra tentou tirar a própria vida após ter matado a esposa. Ele teve um ferimento no pescoço, se recuperou e foi preso após receber alta.
Segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MP-AL), o casal tinha um relacionamento conturbado e Alison Bezerra tinha ciúme excessivo da esposa, por isso mantinha um sistema de câmeras em casa para monitorá-la constantemente.
Ao ser interrogado, o réu confirmou ter matado a mulher, mas disse que não se lembrava como. Afirmou ainda que as câmeras foram instaladas em casa não para vigiar a esposa, mas para monitorar os filhos.
A filha de 15 anos do casal afirmou durante o julgamento que Alison Bezerra era violento dentro de casa.
Irmã e a filha da advogada Maria Aparecida, que foi morta pelo marido no Antares, em Maceió, em julho de 2022 — Foto: Reprodução/ G1
‘Um monstro’, diz irmã da vítima
Cleonice das Dores Silva era irmã de Maria Aparecida. Ela afirmou que Alison Bezerra tinha comportamento agressivo dentro de casa.
“Em 2014, 2015, ele bateu nela. Ela chamou a polícia, me chamou para pegar as crianças, eu fui, porque a polícia chegaria e ela não queria que as crianças vissem a polícia levando ele. Muito agressivo com as crianças em casa também. Dentro de casa ele realmente era um monstro”, disse.
Cleonice tenta lidar com a saudada da irmã. “Uma mãe excelente. Uma ótima esposa. Uma pessoa que se dedicava muito em ajudar as pessoas”.
‘Dizia que estava comigo’, diz a filha da vítima
Ana Beatriz Bezerra da Silva estava na escola no momento em que o pai matou a mãe. Desde então, ela contou com a ajuda da família para lidar com a perda.
“Ela me aconselhava. Dizia que estava comigo, que eu não precisava enfrentar nada sozinha. Nos pequenos detalhes eu lembro dela”, disse.
Fonte: G1