Parentes do adolescente que denunciou um conselheiro tutelar por assédio sexual em Murici, no interior de Alagoas, disseram nesta quinta-feira (4) que o jovem vem sofrendo intimidação na rua após a denúncia e, por isso, deixou até de trabalhar.
“Todo mundo está com medo de sair na rua. Tem os olhares também, as intimidações. Meu sobrinho já não ia para a escola e agora é de casa para a casa da irmã”, disse um tio do adolescente.
“Ele fazia bico, fazia entrega de açaí, entrega de lanche, entrega de almoço, de restaurante, e agora fica dentro de casa porque a gente teme”, disse a avó.
O homem denunciado é o professor Allan Tenório de Novais, de 45 anos. Ele atua há mais de 20 anos como conselheiro tutelar e era coordenador pedagógico da escola pública em que o adolescente estudava, mas foi afastado do cargo após a denúncia.
Segundo denúncia, Allan Tenório aproveitou o cargo pedagógico na escola para o assediar estudante por conversa em uma rede social. Prints de conversas por aplicativo mostram o conselheiro tutelar assediando o jovem. Ele negou ter enviado as mensagens.
![Prints mostram conselheiro tutelar de Murici, AL, assediando jovem de 17 anos por mensagem — Foto: Arquivo pessoal](https://s2-g1.glbimg.com/iVetQCQH0yxmkFIP1uKhj6cUsOY=/0x0:826x461/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2024/l/A/qHVxqnR4eIIpdbBBPxSg/prints-conselheiro.jpg)
Prints mostram conselheiro tutelar de Murici, AL, assediando jovem de 17 anos por mensagem — Foto: Arquivo pessoal
“Dá para observar que não tem meu nome. A mãe que segura o telefone, o dedo é moreno. Não tem meu número. Como é que você está falando com uma pessoa no WhatsApp e não tem o número. Que não tenha meu nome, mas não tem que aparecer o número? Onde é que está o número?”, afirmou o conselheiro.
Allan Tenório também negou ter ameaçado o adolescente e familiares.
“Uma coisa que eu quero é a retratação”, afirmou Allan Tenório.
O Ministério Público Estadual (MP-AL) informou que a denúncia está sendo acompanhada pela polícia, e que, quando chegar ao MP, a promotoria vai analisar para poder tomar alguma decisão.
Fonte: G1