O Vaticano emitiu uma declaração de cinco páginas na quinta-feira (4) para esclarecer a orientação “Fiducia Supplicans” do mês passado, que gerou resistência de católicos conservadores.
O escritório chefiado pelo cardeal Victor Manuel Fernández pediu “uma leitura plena e serena da Declaração para melhor compreender o seu significado e finalidade”.
A orientação permite que padres abençoem casais em situações irregulares e do mesmo sexo sem validar oficialmente seu status, mas o Vaticano aconselhou contra a previsão ou promoção de rituais para essas bênçãos.
A reação adversa ocorreu, principalmente, em bispos católicos na África e Europa Oriental. Tomash Peta, arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Santa Maria em Astana, proibiu qualquer bênção para casais do mesmo sexo sob sua autoridade.
A Conferência dos Bispos Católicos dos EUA destacou a distinção entre bênçãos litúrgicas e pastorais, reafirmando que o ensinamento da Igreja sobre o casamento não mudou.
Fernández, no esclarecimento, disse que a resistência não implica oposição doutrinária. Ele ofereceu um exemplo de bênção não ritualizada e destacou que não busca justificar nada moralmente inaceitável.
Fernández ressaltou que essas bênçãos não são casamentos nem aprovações específicas, mas respostas pastorais a pessoas que pedem a ajuda de Deus. A aplicação pode variar dependendo dos contextos locais e do discernimento de cada bispo diocesano.