Servidores do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) anunciaram greve como forma de pressionar o governo Lula por reajuste salarial. Pelo menos 1.200 funcionários devem aderir ao ato e suspender suas atividades de fiscalização externa.
Os funcionários cobram melhorias na carreira e alertam que a paralisação afetará o combate a desmatamentos, incêndios e invasão de terras indígenas. A previsão é que haja uma assembleia na próxima terça-feira (9) para discutir a paralisação.
Em carta intitulada “Suspensão das atividades de campo e concentração em tarefas burocráticas internas”, os funcionários afirmam que decidiram adotar a chamada operação padrão por não terem tido respostas do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos do governo petista sobre a reestruturação das carreiras do órgão ligado à pasta do Meio Ambiente.
O comunicado também afirmou que os servidores do Ibama estão há dez anos “em total abandono”. “Aguardamos uma resposta urgente e ações concretas”, seguiu o documento.
Uma das líderes da mobilização é Silvia Nascimento, servidora do Ibama e diretora da Asibama-DF, entidade que representa os funcionários do órgão.
“Se colocar na ponta do lápis, não vale o trabalho de fiscalização. Quando a gente volta do campo, temos que compensar o trabalho administrativo, não temos horas extras ou banco de horas. Estamos sem uma reestruturação digna há pelo menos dez anos”, afirmou.
A servidora criticou o recente aumento de até 27% dado a carreiras da Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), cujos salários podem chegar a R$ 41 mil. “O estopim foi a reestruturação das carreiras da PF e PRF no apagar das luzes de 2023. Estamos cansados. Não tem como ter floresta em pé com servidores no chão”.
O ministério alvo das críticas e comandado por Esther Dweck afirmou em nota que reinstalou uma mesa permanente de negociação com os servidores públicos e que o primeiro acordo fechado é de reajuste de 9% para todos os servidores, inclusive os do Ibama.
A decisão sobre a greve, diz o documento dos servidores, “é uma resposta direta à falta de ação e suporte efetivo aos servidores e às missões críticas que desempenhamos”.
O Ministério da Gestão também afirma, em nota, que, no segundo semestre de 2023, abriu 21 negociações com algumas carreiras e que sete acordos já foram fechados.
“A recomposição da força de trabalho na Administração Pública Federal, para recuperar a capacidade de atuação do governo para a execução de políticas públicas, é pauta prioritária do Ministério da Gestão, que vem atuando dentro do possível e dos limites orçamentários para atender às demandas dos órgãos e entidades do Executivo Federal”, diz a pasta. E veja também: Turistas no Guarujá reagem a assalto e matam membro do PCC. Clique AQUI para ver.
Fonte: direitaonline.