Durante sessão do plenário, o senador Marcos do Val desmentiu o relato do ex-ministro de Lula, general Gonçalves Dias, que era o chefe do GSI no dia 8 de janeiro. O senador lembrou que já havia pedido o afastamento do então ministro, desde muito antes, quando apontou, já em janeiro, a responsabilidade do governo federal nos atos de depredação de prédios dos três poderes.
O senador afirmou: “no próprio dia 8 de janeiro já ficou claro para mim quem eram os responsáveis e quem prevaricou”. Sobre o depoimento do “general do Lula”, Do Val afirmou: “posso colocar aqui que 99% é mentira absoluta”.
O senador lembrou que a Comissão de Fiscalização das Agências de Inteligência tinha solicitado o relatório da Abin em janeiro. Ele relatou: “desde janeiro, eu venho falando e até denunciando porque tem aqui. Esse ofício eu apresentei no dia 9 de janeiro. Enviei para o Flávio Dino, pedindo para ele prestar contas do que ele fez ou o que ele deixou de fazer. A única coisa que ele fez foi ficar na janela assistindo aos atos. Dia 12 de janeiro eu também mandei para o diretor adjunto da Abin a solicitação do relatório e ele não respondeu. Graças ao Senador Esperidião Amin, que fez a solicitação como Presidente da CCAI, ele respondeu, mas veio como sigiloso”.
Do Val explicou que a mera existência do documento mostra que o “general do Lula” mentiu em seu depoimento. O senador se indignou: “Ele mesmo em depoimento disse que ele não teve acesso a nenhum relatório da Abin. Você acredita nisso, Senador Esperidião Amin? Sendo que foi ele que encaminhou o relatório para nós da CCAI, Esperidião Amin está aqui como testemunha, e ainda colocou o selo de sigilo. Então, ele falar no próprio depoimento dele na Polícia Federal que ele não teve acesso a nenhum relatório é o cúmulo da mentira, do absurdo de um general fazer isso”.
O senador Esperidião Amin, então, pediu um aparte e confirmou que recebeu o documento sigiloso, em ofício assinado pelo próprio “general do Lula”. Esperidião Amin disse: “Então, eu quero deixar bem claro que o General Gonçalves Dias assinou – ele assinou – o envio do relatório no dia 21 de janeiro”. Amin acrescentou: “ eu parto do princípio de que é um relatório feito de boa-fé e que o General, antes de assinar o ofício de encaminhamento, depois de dez dias, tenha lido”.
Esperidião Amin acrescentou: “Outros que não leram, eu não contrario, não posso obrigar a ler, mas posso dizer, sim, que as 48 agências vinculadas ao Ministério da Justiça, vinculadas ao Ministério da Defesa e ao próprio Palácio do Planalto, leia-se GSI, receberam essas mensagens”.
O senador Esperidião Amin ironizou: “Eu informo como subsídio à sua intervenção que há o relatório. (…) E só quero lembrar que ele continua sob reserva. E eu já fiz dois requerimentos. Daqui a pouco, eu vou requerer, Presidente, ao Ministro Alexandre de Moraes. Sabe por quê? Porque ele, num ato só, quebrou o sigilo dessas 150 horas de filmagem, e eu não consigo quebrar o reservado de um relatório que fala apenas de fatos passados, que retrata fatos passados, enviado pelo GSI a seis Senadores. Eu acho que vou pedir ao Supremo”.
Retomando seu discurso, o senador Marcos Do Val relatou que enviou os documentos ao Procurador-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal, e solicitou o afastamento dos dois ministros e até do Presidente da República.
Do Val relatou ainda: “Quando o interventor Ricardo Cappelli entrou, no dia 8, dia 9, em que o Presidente leu aquele ofício, decretando a intervenção federal, vocês sabiam que aquele documento já estava com o Presidente desde sexta-feira? Ele se tornou a Mãe Dináh, porque ele já previa que no domingo, ele ia precisar ler aquele relatório, aquele documento dizendo sobre a intervenção federal”.
Fonte: folhadapolitica