Os antimicrobianos, medicamentos utilizados para prevenir, controlar e tratar doenças infecciosas em humanos, animais e plantas, estão se tornando cada vez mais ineficazes. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que promove a partir desta sexta-feira (18) e até o dia 24 de novembro a Semana Mundial do Uso Consciente de Antibióticos.
A campanha realizada anualmente destaca que o aumento no número de microrganismos resistentes aos medicamentos coloca em risco a saúde de humanos e de animais, representando uma das maiores ameaças à saúde global atualmente. De acordo com a OMS, o problema está associado diretamente ao uso excessivo e incorreto dos fármacos disponíveis para o tratamento de infecções.
A resistência aos antimicrobianos ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas não respondem mais aos compostos disponíveis. Como resultado da resistência aos medicamentos, os antibióticos e outros agentes antimicrobianos tornam-se ineficazes e infecções comuns tornam-se difíceis ou impossíveis de tratar, aumentando o risco de disseminação de doenças, casos graves e mortes.
O desenvolvimento de um novo antibiótico pode levar de 10 a 15 anos e custar mais de US$ 1 bilhão. Em 2019, quase 5 milhões de mortes humanas em todo o mundo foram associadas à resistência bacteriana. Dessas, 1,3 milhão de óbitos foram diretamente atribuíveis ao problema.
A OMS alerta que em um cenário de alto impacto, a resistência reduzirá o PIB anual global em 3,8% até 2050. Se não for controlada, na próxima década, pode resultar em um déficit do PIB de US$ 3,4 trilhões anualmente e empurrar mais 24 milhões de pessoas para a pobreza extrema.