Eles são adoráveis, inteligentíssimos e levantam o público com suas acrobacias em parques temáticos pelo mundo, mas não se deixe enganar pelo clima de euforia. Golfinhos parecem sempre exalar simpatia, mas seus sorrisos se devem pura e simplesmente ao formato curvado de seu maxilar. Já a diversão dos turistas geralmente ignora a forma cruel com que os cetáceos, grupo de mamíferos aquáticos que inclui também botos e baleias, são postos em cativeiro e explorados comercialmente há décadas.
O cassino The Mirage, em Las Vegas, nos EUA, está no centro da última polêmica. No fim de setembro, K2, um golfinho-nariz-de-garrafa que divertia o público com shows que podiam custar até 450 dólares por hora, morreu de forma inesperada, aos 11 anos (menos da metade do que seria considerado normal), com problemas respiratórios. Foi a terceira morte de golfinhos no Mirage em apenas seis meses. O cassino, operado pela MGM Resorts, fechou temporariamente a exposição dos bichos para investigações. A principal suspeita, para além do óbvio (presos em espaços reduzidos, cheios de cloro ou ozônio e que nada têm a ver com os oceanos, os animais silvestres ficam sob grande estresse), é a exposição ao forte calor da região durante as apresentações.