Matéria divulgada pela Folha de São Paulo destaca que a Rádio Manguaba, cujo nome de fantasia é Rádio Correio, que tem como sócio o prefeito de Arapiraca (AL), Luciano Barbosa, teria recebido verba publicitária que deveria ter sido aplicada no enfrentamento da Covid-19 em Alagoas. Junto a outras emissoras pertencentes ao ex-governador Renan Filho, o repasse teria sido de mais de R$ 1 milhão.
Notas fiscais obtidas pela Folha de São Paulo apontam que as emissoras da família Calheiros e de Luciano Barbosa receberam pelo menos, R$ 1 milhão e 200 mil nos últimos dois anos para veiculação de propagandas do governo estadual. De acordo com a denúncia, o dinheiro pago enquanto Renan Filho era governador deveria ser utilizado em ações de combate à pandemia.
Segundo os documentos obtidos pela Folha, o montante foi pago entre janeiro de 2020 e outubro de 2021, quando Renan Filho ocupava o governo do Estado. Os valores foram pagos por meio de duas agências de propaganda (Novagência e Duck Propaganda), contratadas pela Secretaria de Comunicação de Alagoas (Secom).
De acordo com dados da Receita Federal, Renan Filho aparece como sócio do Sistema Costa Dourada que conta com as rádios CBN (Maceió), Rádio Correio (Maceió) e outras duas emissoras em Matriz de Camaragibe e Água Branca. Já Luciano Barbosa também aparece como sócio da Rádio Correio junto a José Queiroz de Oliveira, atualmente assessor especial na Secretaria de Estado da Educação.
Outra emissora de rádio de Arapiraca é apontada como de propriedade de Luciano Barbosa, mas segundo a Receita Federal a Líder FM 101,9 (antiga Rádio Pajuçara), pertence ao ex-vice-prefeito de Arapiraca, Yale Fernandes, tendo como sócio o empresário Lucas Barbosa de Almeida Silva.
Em nota, a Secom informou que as agências de propaganda foram licitadas e que não têm nenhuma ligação com as empresas de rádio.
“As agências contratadas adotaram o critério de trabalhar com todas as emissoras de rádio, cabendo ao governo observar a lei e não se relacionar com as empresas de comunicação em atividade no estado. Quem se relaciona com os veículos são as agências de publicidade, que decidem, por critério técnico de relevância, onde divulgar a propaganda oficial”, afirmou a pasta.
Já Renan Filho respondeu que não cabe ao Governo do Estado negociar diretamente com as emissoras de rádio, TV e outros veículos. Segundo o ex-governador, as agências são contratadas via processo licitatório e cabe a elas direcionar a publicidade diretamente com os prestadores de serviços de comunicação.
“Conforme o disposto na legislação nacional pertinente, quem contrata os serviços dos veículos são as agências licitadas, empresas de capital privado que decidem por critério técnico onde veicular as peças publicitárias. O governo do Estado não negocia, não escolhe, nem se relaciona com os prestadores de serviços de comunicação. Não há conflito legal”, afirmou o ex-governador.
A Novagência Propaganda informou que a distribuição de peças publicitárias é feita mediante critérios como audiência, penetração por perfis de público e alcance em regiões específicas e de interesse para o público-alvo da peça exibida.
“São centenas de meios de comunicação atendidos, não cabendo à agência análise e opiniões sobre quadro societário e atividade gerencial das empresas, e sim a força de mídia e retorno publicitário que elas proporcionam”, informou a Novagência.
A agência Duck Propaganda e assessoria do prefeito de Arapiraca não responderam às acusações da Folha de São Paulo
Fonte: segundodanoticia








