O Fórum de São Paulo saiu em defesa do presidente do Peru, Pedro Castillo , por ocasião da segunda moção de vacância ―equivalente ao impeachment no sistema brasileiro ― apresentada no Congresso contra ele.
Ele está no cargo há oito meses, mas este curto mandato foi suficiente para que a legislatura peruana apresentasse duas moções de censura contra o presidente Castillo. Nesses meses, os peruanos viram passar até quatro gabinetes e 50 ministros , sintoma de um governo à deriva, com forte instabilidade. No entanto, e apesar do descontentamento da maioria da população do Peru, o Foro de São Paulo o enaltece .
“O Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo expressa seu apoio ao presidente do Peru, Pedro Castillo, diante do mais recente ataque contra seu governo , que agora está ameaçado por uma segunda moção de vacância”, disse o órgão de esquerda por meio de de uma declaração.
“O Congresso do país e os porta-vozes das elites peruanas ainda não aceitaram o resultado eleitoral do ano passado e procuram impedir o governo progressista de Castillo “, asseguraram.
“Devemos lutar pelo respeito à soberania popular expressa nas eleições presidenciais e apoiar o legítimo representante do povo peruano , o presidente Pedro Castillo”, conclui a carta.
O Congresso do Peru, dominado pela oposição de direita, debate nesta segunda-feira (28), a sessão plenária do Parlamento peruano está prevista para acontecer às 15h (17h no horário de Brasília), “com o objetivo de debater e votar o pedido de vacância da Presidência da República”, segundo a convocatória da chefe do Congresso, a conservadora María del Carmen Alva.
53,6% dos peruanos concordam com a moção de censura contra Castillo, segundo um levantamento da CPI divulgado pelo Panorama. A pesquisa mostra ainda que o índice de aprovação da gestão do presidente nos primeiros oito meses de mandato chega a apenas 23,1%, enquanto a reprovação é de 68,4% .