A família de Luan Torquato, jovem de 29 anos que morreu na última quarta-feira (1º) após ser submetido a um teste de aptidão física no concurso da Polícia Civil do Rio Grande do Norte, apura uma possível negligência no atendimento médico que foi prestado ao candidato.
Um inquérito na Polícia Civil e uma sindicância na Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS) também foram abertos para investigar o caso.
Os familiares suspeitam que o jovem não recebeu assistência adequada após ter passado mal durante a prova física, o que pode ter sido determinante para a morte.
A advogada Michelle Carvalho, que representa a família do candidato, esteve em Natal entre segunda (6) e terça-feira (7) para coletar informações. Ela busca documentos e relatos para chegar à conclusão se houve ou não falha na prestação do atendimento a Luan. A advogada não descarta ingressar com ação na Justiça para responsabilizar os culpados pela suposta negligência.
A advogada contou que Luan Torquato não morreu de infarto, como chegou a ser especulado.
Michelle Carvalho relatou que, segundo a certidão de óbito à qual a família teve acesso, as causas da morte do candidato foram insuficiência respiratória e rabdomiólise, uma doença que destrói fibras musculares e que libera substâncias no organismo que afetam o funcionamento de órgãos como os rins. Uma das causas da rabdomiólise é o esforço físico extremo.
Após ouvir especialistas, a avaliação da família é que, diante da gravidade do quadro de saúde, Luan Torquato deveria ter sido transferido para uma UTI. Apesar disso, ele foi atendido apenas na UPA de Cidade da Esperança, que não dispõe de leito adequado para esse tipo de assistência.
“O indivíduo que está com esses sintomas precisa de uma UTI e precisaria de uma hemodiálise para o rim ser hidratado e liberar as enzimas. Luan não foi intubado a tempo. Ele faleceu após 6 horas de entrada na UPA. O que era necessário era uma evolução. Por que não transferiram para um hospital e um suporte maior?”, questiona a advogada.
Fonte: TerraBrasilNoticias