Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) realizaram uma edição genética em porcos como parte de um estudo que tem como objetivo o genotransplante, uma técnica que permite transplantar órgãos e tecidos de suínos para seres humanos. As células modificadas do porco passam por uma técnica de clonagem, a partir dessas células é gerado um embrião que vai se desenvolver na barriga do animal, com órgãos compatíveis para o transplante em pessoas.
O pesquisador do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células Tronco da USP, Ernesto Goulart, diz que, neste momento, estão sendo produzidos os primeiros embriões de porcos, a partir das células geneticamente modificadas. “Nós estamos começando a produzir os primeiros embriões de suínos geneticamente modificados para essa finalidade, com a expectativa de nos próximos seis a oito meses nascerem os primeiros porquinhos, mas nós ainda não temos os animais em si”, afirma.
Os genotransplantes ganharam repercussão nesta semana após um anúncio de que cientistas da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, realizaram um procedimento bem sucedido, conectando o rim de um porco aos vasos sanguíneos de um homem com morte encefálica. No Brasil, o objetivo é iniciar os testes em humanos daqui a dois anos.
“Um projeto como esse tem um potencial de, um dia, zerar a fila de espera para transplante de órgãos. E esse é o nosso objetivo. Os suínos podem ser uma fonte sustentável de produção de órgãos, tem potencial para isso, nós acreditamos nisso, e que, um dia, podem zerar essa fila. Isso seria revolução, um benefício enorme para a saúde humana”, afirma. Atualmente, no Brasil, 43 mil pacientes estão na fila de espera para transplantes de órgãos, desses 23 mil aguardam um transplante renal.
Fonte: TerraBrasilNoticia