Presa em uma operação da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União (CGU) nesta quarta-feira (11), a filha do vice-governador de Alagoas, Luciano Barbosa (MDB), Lívia Barbosa, era sócia de uma das empresas usadas para desviar dinheiro público da Saúde. A informação é da PF.
14 pessoas foram presas. Os investigadores não divulgam as identidades de todos os alvos da Operação Florence – Dama da Lâmpada, mas confirmam que, além de Lívia, o marido dela, Pedro Silva, e as gerentes do Hospital Geral do Estado (HGE) e do Hospital Dr. Daniel Houly, em Arapiraca, também foram presos.
A operação cumpriu nesta manhã 32 mandados de busca e apreensão, 9 mandados de prisão preventiva e 7 mandados de prisão temporária na Secretaria da Saúde de Alagoas (Sesau), no HGE e no hospital de Arapiraca. Os detalhes foram repassados em uma entrevista coletiva na sede da PF em Maceió, com representantes da CGU e do Ministério Público Federal (MPF).
Segundo as investigações, o esquema desviava recursos públicos por meio de fraudes na prestação de serviços de Órtese, Prótese e Materiais Especiais (OPME). A PF informou também que funcionários públicos do Estado recebiam mesadas de até R$ 3 mil para facilitar os crimes, que desviaram cerca de R$ 30 milhões nos últimos três anos.
“O esquema de corrupção foi executado com a criação de duas empresas, Iortal e Arafix, que, sem licitação e até mesmo sem contrato, prestavam serviços para o HGE e o Hospital Dr. Daniel Houly, em Arapiraca”, relatou o procurador do Ministério Público Federal (MPF), Marcelo Jatobá.
Lívia Barbosa, segundo os investigadores, era sócia da LP, uma empresa contratada para prestar serviços ao Iortal [Instituto de Ortopedia de Alagoas]. Há indícios de que houve fraudes nesta contratação, que foi feita sem licitação nem assinatura formal.
A propina paga aos servidores da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) que facilitavam o esquema saía da conta do próprio Iortal.
“A gente identificou que servidores que já estavam há bastante tempo dentro da Sesau prestando serviço, concursados e outros nomeados, receberam verdadeiras mesadas”, disse o superintendente da PF em Alagoas, o delegado Eduardo Ferreira de Oliveira.
As investigações constataram a monopolização dos serviços de OPME em Maceió e na região Agreste do estado com a celebração de Termo de Colaboração injustificadamente direcionada para entidade comandada por servidor público estadual, pagamentos sem comprovação dos correspondentes serviços prestados, confusão patrimonial entre a entidade sem fins lucrativos e seus dirigentes, transferências injustificadas de recursos financeiros a servidores responsáveis pela avaliação e monitoramento dos serviços prestados constantes do Termo de Colaboração.
“Nós temos a identificação, inclusive, de troca de emails em que um servidor agradece pelo depósito de um recurso pela ajuda que ele deu ao Instituto. Nós temos situação desse nível de ilicitude”, revelou o delegado Eduardo Oliveira.








