Um estudo realizado pelos arqueologistas Shawn Graham e Damien Huffer apontou um crescimento no comércio de crânios e outros ossos humanos para coleção por meio do Instagram. O trabalho foi publicado no periódico Internet Archaeology e indica que a rede social tem sido a principal fonte de negociação, mas que este tipo de mercado não é recente, tendo nascido no eBay. Uma matéria para a revista Wired, publicada na última quarta-feira (21), detalha a evolução deste negócio.
A compra e venda desses órgãos surgiu no eBay e, de acordo com a pesquisa de Graham e Huffer, cerca de £ 4.190 (aproximadamente R$ 21.220, na cotação de hoje) foram movimentadas no mercado de partes humanas, tendo subido para £ 46 mil (R$ 233 mil) em três anos. Vários itens eram negociados no site, mas, em 2016, a plataforma proibiu este tipo de comércio, levando os interessados a buscarem outra mídia social.

O mercado no Instagram
A reportagem escrita por Oscar Schwartz para a Wired aponta alguns perfis no Instagram que estão hoje relacionados ao comércio de ossos humanos. A belga Debbie Reynders, por exemplo, apresenta uma coleção que inclui até esqueletos inteiros de fetos e recém-nascidos e compreende mais de mil itens.
Segundo a notícia, os usuários passam a fazer parte do comércio inicialmente pelo fascínio. O inglês Henry Scragg contou à reportagem que adquiriu o primeiro crânio humano pela curiosidade e, ao receber a peça, divulgou no Instagram e recebeu vários lances. Atualmente, Scragg tem cerca de 30 mil seguidores e seu perfil realiza algumas vendas por mês. Uma vez que a maioria dos comerciantes não revela seus números, não há dados exatos acerca da movimentação monetária deste mercado na rede social.
O texto da Wired esclarece que não existe nenhuma lei específica que proíba a exibição das fotos dos ossos nas redes sociais. Porém a comercialização de órgãos e partes humanas é proibida em alguns países. Em alguns estados dos Estados Unidos, o comércio e a manutenção de partes humanas são ilegais, assim como no Reino Unido e no Brasil. Em nosso país, a venda pode configurar tráfico de órgãos.
fonte: TecMundo