A Polícia Civil revelou, em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (12), que Joyce da Silva Alves, 22, foi assassinada porque estava em uma festa com criminosos de uma facção criminosa e fez o símbolo de uma facção rival. O corpo dela foi encontrado nesta manhã em uma região de mata no Conjunto Village Campestre II.
A vítima estava desaparecida há 48h. Seis homens foram presos e dois adolescentes de 15 anos foram apreendidos. Segundo a polícia, todos os suspeitos confessaram participação no crime. Os adultos presos são:
Elton John Bento da Silva, 31
Clécio Gomes Barbosa, conhecido como Orelha, 25
Jullyana Karla Soares da Costa, 25
Lady Laura Rodrigues Paulino, 18
Maria Mariá Araújo Epifânio, 20
Severino José da Silva Filho, 38
Um adolescente vai responder por ato infracional análogo ao crime de homicídio e o outro, ato infracional análogo ao crime de estupro. Os adultos foram autuados por homicídio triplamente qualificado, exceto Severino Filho, que foi preso apenas por receptação, por ter sido encontrado com o celular da vítima.
“A motivação da morte foi porque achavam que ela era integrante de uma facção oposta. Ela estava em uma festa e fez um símbolo de uma facção”, afirmou o secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Lima Júnior.
A operação para prender os suspeitos foi coordenada pelos delegados Fábio Costa e Thiago Prado, da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic).
Joyce teve os cabelos cortados, foi torturada, estuprada e morta a pauladas, com pedaços de madeira que os criminosos pegaram na mata onde aconteceu o crime. Depois, ela ainda teve uma estaca cravada no rosto.
“Uma coisa que chama atenção foi a vontade para matar a jovem. Os cabelos dela foram cortados por um estilete ou faca, caminharam por duas horas mata adentro com a finalidade de tirar a vida da moça”, esclareceu Fábio Costa.
A participação de cada suspeito no crime
Com os depoimentos dos suspeitos, a polícia traçou a cronologia do crime. Joyce estava com Maria Mariá em uma festa no Conjunto Graciliano Ramos na noite de sábado (9). Nesta festa, um dos adolescentes apreendidos fez o símbolo de uma facção criminosa e Joyce respondeu com o mesmo sinal.
Porém, o adolescente disse à polícia que pertencia a uma facção rival da qual ele fez o símbolo, e que o sinal feito para a vítima foi pra testá-la. Como ela respondeu, acreditaram que ela fazia parte desta outra facção.
Com isso, o adolescente contou o que aconteceu aos “superiores”, Juliana, Elton John e Clécio Barbosa. A partir daí, eles decidiram assassinar a jovem.
Da festa, ela foi levada para o Conjunto Village Campestre II, para a casa do outro adolescente apreendido, com quem a vítima já havia namorado.
Segundo a polícia, Joyce e os criminosos passaram a noite nesta casa, e as sessões de tortura começaram no domingo (10) pela manhã, por volta das 8h. Também foi nesta casa que ela foi estuprada pelo ex.
Ainda na casa, ela teve o cabelo cortado por Lady Laura. Além disso, levou chutes, tapas e murros até as 14h. Depois disso, o grupo foi andando até a área de mata, onde ela foi espancada novamente, mas dessa vez com pauladas.
Juliana, Elton John e Clécio Barbosa confessaram aos delegados que deram as pauladas. Além do homicídio triplamente qualificado, eles também vão responder por associação criminosa, tortura, ocultação de cadáver e aliciamento de menores.
Orelha foi o primeiro a ser preso. Ele indicou o local onde estava o corpo da vítima, e a partir daí a Polícia Civil chegou aos demais suspeitos.
Os delegados também informaram que foram gravaram vídeos do crime. Os autores das filmagens são menores de idade e estão sendo procurados.
fonte: G1