O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (6) que espera que o grupo Estado Islâmico perca os últimos remanescentes do território que controlou na Síria em uma semana, ao mesmo tempo em que se comprometeu a combater os extremistas.
Trump falou em uma conferência internacional em Washington sobre o futuro da batalha contra o EI, depois da repentina decisão do líder dos Estados Unidos em dezembro de ordenar a retirada de 2.000 soldados americanos quando declarou a vitória sobre o grupo.
“O Exército dos Estados Unidos, nossos parceiros da coalizão e as Forças Democráticas da Síria libertaram praticamente todo o território que o EI tinha anteriormente na Síria e no Iraque”, disse Trump a altos funcionários de mais de 70 países que se reuniram no Departamento de Estado.
“Deve ser anunciado formalmente na próxima semana que teremos 100% do califado”, disse.
Trump disse que os Estados Unidos continuariam sendo “muito, muito duros” e incentivou os esforços, inclusive o apoio financeiro, de outros países.
“Remanescentes: isso é tudo o que têm, remanescentes, mas os remanescentes podem ser muito perigosos”, disse o presidente a respeito da presença atual do EI na Síria.
Pompeo, um dos defensores mais firmes de Trump, descreveu a retirada de tropas como “essencialmente uma mudança tática”, à medida que os extremistas se espalham pelo mundo.
“Não é uma mudança na missão”, disse Pompeo, acrescentando: “Nossa luta nem sempre será necessariamente dirigida pelos militares”.
“Estamos entrando em uma era de jihad descentralizada, e também devemos ser ágeis em nosso enfoque”, disse.
Em seu discurso anual sobre o Estado da União ao Congresso, na terça-feira à noite, Trump renovou a sua promessa de evitar “guerras intermináveis” e disse que quase todo o vasto território ocupado pelos “monstros sedentos de sangue” do Estado Islâmico havia sido recuperado.
Mas o próprio chefe de Inteligência de Trump advertiu que o EI, cuja antigo reduto na Síria se reduz a uma estreita faixa do território, tentará reaparecer após uma saída das tropas.
Com a esperança de evitar os piores resultados, Pompeo pediu aos sócios americanos que intensifiquem o intercâmbio da Inteligência e que compensem um déficit de 350 milhões de dólares em um fundo destinado à estabilidade do Iraque.
“Agora é o momento para que todos nós, não apenas os Estados Unidos, ponhamos o nosso dinheiro onde está nossa boca”, disse Pompeo.
Também renovou os pedidos aos outros países para que recebam combatentes estrangeiros, um tema delicado para aliados como França e Grã-Bretanha.
“Os membros desta coalizão devem estar dispostos a receber combatentes terroristas estrangeiros, processá-los e puni-los”, indicou Pompeo.
Nesta quarta-feira, observadores de sanções da ONU afirmaram que o EI não foi derrotado na Síria e continua sendo a ameaça mais significativa entre os grupos terroristas.
Existem entre 14.000 e 18.000 militantes do EI na Síria e no Iraque, incluindo até 3.000 combatentes estrangeiros, segundo um relatório da equipe de monitoramento de sanções apresentado ao Conselho de Segurança.
O grupo “ainda não foi derrotado na Síria, mas segue sob intensa pressão militar no baluarte de seu território residual no leste do país”, segundo o relatório.
Observadores das sanções da ONU disseram que com a perda de seu “califado” no Iraque e na Síria, o EI havia se transformado em uma rede secreta, sob a liderança de Abu Bakr al-Baghdadi.
A liderança do EI se reduziu a um grupo disperso e “está ordenando a alguns combatentes que retornem ao Iraque para se juntarem à rede” com o objetivo de “sobreviver, se consolidar e ressurgir na área central”, disseram.
Segundo o relatório, 1.000 combatentes estrangeiros estão detidos no Iraque e pouco menos 1.000 no nordeste da Síria, embora os governos estejam lutando para confirmar as nacionalidades dos detidos.
fonte: Jornal do Brasil