A Polícia Federal (PF) junto com o Ministério Público Federal (MPF) concederam uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (30) destalhando as investigações que apontam um esquema de propina nas obras do Canal do Sertão. De acordo com os delgados, o ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) recebeu mais de R$ 2 milhões em propina pela construção.
De acordo com o superintendente da PF em Alagoas, Bernardo Gonçalves, os pagamentos a Teotonio aconteceram sob o apelido de ‘Bobão’ e foram feitos em três parcelas – de R$ 1 milhão, R$ 906 mil e R$ 150 mil.
Além do ex-governador, outra pessoa citada nas investigações é o ex-secretário de Infraestrutura, Marco Fireman, também objeto de mandados de busca e apreensão.
Os crimes teriam sido cometidos nos lotes de número 3 e 4, ocorridos entre 2009 e 2014, do Canal do Sertão. Iniciadas em 2015, as investigações apontam, entre outras práticas, a solicitação de vantagens indevidas, ou propina, a integrantes das construtoras Odebrecht e OAS.
As informações foram corroboradas por provas cedidas pelo Supremo Tribunal Federal, que também investiga autoridades que possuem foro privilegiado em Alagoas. Após um pedido, a PF obteve documentos fornecidos por delatores, entre eles, passagens aéreas, extratos bancários e comprovantes de despesas.
O inquérito policial foi provocado após um relatório do Tribunal de Contas da União apontando sobrepreço nos lotes do Canal do Sertão que ainda não tinham sido iniciados e superfaturamento nos que estavam em execução ou concluídos. O TCU quantificou em R$ 70 milhões o prejuízo atual à obra, que era estimada em R$ 700 milhões.