O Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Dom Adelmo Machado, equipamento social da Secretaria Municipal de Assistência Social de Maceió (Semas), está desenvolvendo um projeto com as crianças e as mulheres do Residencial Vila dos Pescadores, que fica no bairro Trapiche da Barra, em Maceió. Enquanto as crianças são orientadas por profissionais da Saúde sobre a prevenção de doenças e os riscos de acidentes domésticos, as mães participam de cursos que ensinam técnicas artesanais e de costura como o fuxico.
A comunidade foi transferida para o local depois de ter saído da antiga favela do Jaraguá e é composta em sua maioria por pescadores e marisqueiras. O projeto é desenvolvido em parceria com o Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Professora Maria Aparecida Bezerra Nunes. A diretora da creche, Thereza Christina Reis de Melo, diz que o CMEI atende mais de 70 crianças de um a 5 anos de idade. Os meninos e meninas também estão inseridos nas ações do projeto com a comunidade, ao receber orientações de profissionais da Uncisal sobre saúde bucal, higiene corporal e segurança para evitar acidentes domésticos.
A assistente social do Cras Dom Adelmo Machado, Ana Tereza dos Santos Albuquerque Costa, diz que a construção das ações é feita de forma democrática, em que os participantes opinam sobre as atividades que vão executar. “O projeto tem o objetivo de gerar renda para as mulheres. Quando a gente apresentou a ideia, a expectativa era a construção e o cultivo de uma horta que seria cultivada pelas mulheres. Mas elas decidiram que seria melhor participar de um curso de fuxico. Para elas, viabilizar a horta requereria um tempo maior que elas não teriam como dispensar”, diz Ana Tereza.
A facilitadora de arte e cultura do Cras Dom Adelmo Machado, Iolanda Santos Ribeiro, é a professora responsável por ensinar a técnica de confecção de fuxico. Iolanda diz que praticamente a oficina de fuxico saiu a custo zero. Os retalhos foram doados por uma confecção e os materiais como linha, agulha e tesoura são trazidos pelas participantes.
Elisângela dos Santos, 20 anos, participa da oficina e pretende aprender a técnica para vender peças decoradas com o fuxico. “Já fiz curso de pintura e agora de fuxico. Sempre participo das atividades porque é uma forma de no futuro, gerar renda”, diz a jovem.
Outra participante da oficina foi a Dona Rosilda Maria da Conceição, 61 anos. Ela diz que participar dos cursos oferecidos na comunidade é uma forma de se ocupar, aprender novas técnicas para utilizar o conhecimento adquirido na produção e venda de peças decorativas. “Já fiz curso de pintura, confecção de puff com garrafas pet e agora o de fuxico. Quero sempre aprender cada vez mais e caminhar pra frente, trabalhar e não ficar parada”, diz.