Ela controla mais de 250 genes do corpo humano. É essencial na prevenção de uma série de doenças, no fortalecimento do sistema imunológico e proteção do coração. É por meio dela que o corpo absorve corretamente o cálcio e na gravidez, quadros de pré-eclampsia e abortos são evitados. A vitamina D é fundamental para o organismo humano, no entanto, assim como a carência traz riscos, o excesso no organismo também tem suas complicações.
O médico José Gonçalo Filho, contou que os planos de saúde têm registrado um aumento significativo no volume de solicitação de exames para investigar a dosagem da 25OH vitamina D. Segundo ele, esta corrida por exames se dá devido a estudos que associam a carência de vitamina D a diversas doenças.
“A checagem dos níveis da vitamina D é recomendada, em geral, aos indivíduos com doença crônica e risco elevado de fraturas. Pacientes diabéticos, com doença renal crônica, gestantes, obesos e idosos são exemplos de indicação para esta avaliação. Aqueles em uso crônico de glicocorticóide ou que tenha tido uma fratura por baixo trauma também apresentam indicação. Nos pacientes cuja vitamina D veio abaixo do valor de referência, a suplementação deve ser realizada e uma nova dosagem recomendada em três meses, para conferir se houve normalização dos níveis da 25OHvitamina D. Naqueles com vitamina D normal, recomenda-se repetir o exame em 12 meses”, explicou o médico.
De acordo com José Gonçalo, assim como a carência traz seus riscos, o excesso da vitamina também traz suas complicações a até casos de intoxicação por uma elevação do cálcio no sangue. Náusea, vômito, desidratação e mal estar geral são os principais sintomas percebidos no caso de intoxicação. Diante dos riscos associados ao consumo exagerado de vitamina D o especialista orienta os pacientes: “A vitamina D deve está dentro dos padrões aceitáveis para a boa absorção do cálcio e suas outras particularidades. No entanto, não devemos ficar obcecados com isso. Procurar um médico para ficar por dentro dos seus índices é importante, mas não indicamos vitamina D em doses muito elevadas com finalidade estética, visando rejuvenescimento ou para tratamento isolado de doenças inflamatórias”, mencionou.
A relações públicas Juliete Bezerra descobriu em seus exames de rotina que estava com deficiência da vitamina. “No meu caso, a suplementação foi necessária. Além disto, tenho prestado atenção na minha alimentação e nos banhos de sol”, contou.
Benefícios para a saúde
Kristiane Duarte, nutricionista responsável pelo Serviço de Nutrição do Hospital Geral do Estado (HGE), referiu que cerca de dois bilhões da população mundial sofra de falta da vitamina. Ela aclarou que a vitamina D é uma espécie de hormônio esteroide, sendo que o corpo humano produz 90% e apenas 10% vem dos alimentos.
“A exposição ao sol diária, por cerca de 10 ou 15 minutos nos horários de pico e sem proteção solar, é a principal maneira para assegurar níveis saudáveis de vitamina D no organismo. A ação dos raios ultravioletas ativa uma molécula existente na pele e a converte em ativa no fígado e nos rins”, explicou.
Segundo Kristiane, não é possível adequar os níveis da vitamina D apenas através da alimentação, “suplementar é importante, mas apenas quando há essa indicação. Os suplementos de vitamina D devem ser usados quando os níveis desta vitamina o sangue estão abaixo do normal, sendo necessário fazer exame de sangue para ter esta avaliação”.
Médicos ou nutricionistas podem recomendar o uso de suplementos em cápsulas ou em gotas, que devem ser tomados de acordo com a orientação profissional. A falta de vitamina D prejudica principalmente a saúde óssea, pelo fato de a mesma ter como função a absorção do cálcio no intestino, há concomitantemente uma perda de força muscular, o que pode facilitar quedas. Já em crianças, a deficiência acentuada pode comprometer o crescimento e levar a uma formação inadequada dos ossos, dando origem ao chamado raquitismo, situação em que existem deformidades ósseas.
As principais fontes alimentares de vitamina D são: carnes, peixes e frutos do mar, como salmão, sardinha e mariscos, óleo de fígado de bacalhau e alimentos como ovo, leite, fígado, queijos e cogumelos.








